“True Blood” há umas quatro temporadas que deixou de ser a série hilária sobre vampiros que riam de si e assustavam quase que numa mesma medida, em roteiros, invariavelmente, consistentes. A sexta temporada até esboçou algum fôlego que valha, mas foi só um lapso que só refletia a crise criativa dos roteiristas, o cansaço da direção (solução repetitivas) e até mesmo, uma saturação dos atores.
A trama se desenrolou aos solavancos: o quiproquó entre Bill e Lilith, que na quinta temporada era o ápice de uma virada entre o protagonista, não se desenvolveu. Bill que nas primeiras temporadas era um personagem de imensa importância, ficou esquecido em meio aos furos dessa temporada, brincando de ser Deus o todo poderoso. Daí, o personagem, de repente, retoma a humanidade dos primeiros anos, sem o sangue poderoso da entidade vampírica. Lá temos de volta o Bill inseguro e devoto a Sookie. Preguiça. Resgatá-la das presas de Warlow (personagem promissor nessa temporada que teve um fim medíocre e esquemático) se tornou o seu objetivo, mesmo que isso significasse enfrentar o adversário sem nenhum super poder, sendo um “simples vampiro”… E tudo poderia ter dado muito errado, não fosse a reaparição de Neal (!!!). O personagem havia desaparecido para ressurgir exatamente no momento em que Warlow era caçado dentro da casa dos Stackhouse. Ahammm! Como a batalha entre vampiros e os humanos aconteceu no episódio passado, decidiram transformar Warlow novamente em um vilão para justificar mais um episódio. Sookie (cada vez mais mala!) disse que queria namorar como uma pessoa normal, ele a sequestrou no mundo das fadas e disse que casariam a força, porque talvez em um ou dois mil anos ela pudesse aprender a amá-lo de verdade. Tem justificativa mais absurda? Claro que Bill consegue chegar ao mundo das fadas – com um mini exército de “amigos” – luta com o oponente (a luta volta para a “vida real”) e salva a mocinha. Seis meses se passam, Sookie está agora com Alcide e a trama busca um gancho oportunista (com Eric em nu frontal) para a sua próxima e (Graças a Deus!) última temporada.
Chega a ser estranho como uma série da HBO (repito, HBO!!!) deixa-se levar por tamanha mediocridade ao longo dos anos. Evidente que isso se explica pela audiência ainda fiel e grande que a série suscita nesse tempo todo. Mas aí que está a questão: até que ponto a falta de auto crítica, tão comum no repertório do canal, não pode ser nociva para seu próprio futuro? Ainda mais com a cada vez mais acirrada concorrência de peso (leia-se AMC, Showtime e Netflix). True Blood não pode representar um declínio artístico de um canal que já foi representado por Sopranos e Sex and The City…
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