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Resenha: Playstation Move

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“Você tem aí o Playstation Wii” (sic)? A frase, ouvida por acaso em um shopping de São Paulo, demonstra como a marca Wii se popularizou entre o grande público – a ponto de acabar misturada com outra marca que acaba de fazer quinze anos e, até então, era o principal sinônimo de videogame para muita gente: o Playstation. E como isso aconteceu? Há diversas razões, mas certamente a maior delas foi a inovação dos controles com sensores de movimento.

Por mais que o Wii Remote tenha os seus detratores, o fato é que ele levou games a novos patamares, e não apenas a um novo público. Isso não quer dizer, entretanto, que não haja espaço para refinar mais a tecnologia. E é exatamente isso que o novo controle de movimentos da Sony, o Playstation Move, pretende fazer. A Sony afirma que o Move é mais preciso, que a tecnologia detecta melhor o posicionamento do controle no eixo espacial Z (profundidade), e que os jogos disponíveis para o Move atenderão a todos os tipos de públicos. Verdade ou apenas conversa de marketing? É o que esta análise tenta esclarecer.

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Materiais de teste

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A instalação

Em termos bem gerais, instalar e deixar o Playstation Move pronto para uso é quase um processo plug-and-play; basta conectar tudo ao console que os periféricos funcionarão imediatamente. Desde que o sistema do seu Playstation 3 esteja relativamente atualizado – o Move requer pelo menos a versão 3.40, lançada há poucos meses – não há nenhum software adicional a ser baixado e/ou instalado para que o conjunto funcione. Porém, o processo ainda tem detalhes a serem considerados.

A câmera Playstation Eye

Basta conectá-la na porta USB e ela estará pronta para uso por si mesma, seja para chat de vídeo ou em games como Little Big Planet. Se a intenção for usar o Move, o único ajuste necessário é selecionar o modo Angle View na lente, um dos dois modos disponíveis. Porém, o comprimento do cabo pode não ser suficiente para quem quiser colocar a câmera em cima da TV com o console mais abaixo. Como o cabo é espesso e pouco flexível, se ele ficar muito esticado, acabará “puxando” a câmera para o lado. Para resolver este problema, foi necessário recorrer a um adesivo (que, ironicamente, acompanhava a barra sensora do Wii) para fixar a câmera na posição central e frontal. Outra opção é utilizar um cabo extensor USB, encontrado em qualquer loja de suprimentos de informática.

O controle Playstation Move

Assim como o controle Dualshock/Sixaxis, basta conectar o Move ao Playstation 3 usando o cabo mini-USB que veio com o console (o pacote do Move não inclui um cabo extra) e apertar o botão PS para sincronizar o controle com o aparelho. O Move está pronto para funcionar agora, com apenas dois poréns. Um deles é a calibração de rastreamento do controle pela câmera, o que pode ser feito tanto pelo sistema do console quanto ao acessar os games – que costumam pedir calibragem quando executados. Ela é feita através de instruções rápidas na tela que variam de jogo a jogo, e no caso do processo via sistema, envolve girar o controle nos eixos X, Y e Z usando a esfera do controle como ponto focal. Depois, para usar o Move livre de cabos, é necessário esperar que sua bateria carregue, um processo que demora tanto quanto o carregamento de um controle normal – isto é, pelo menos duas horas.

O disco de demos

Também será necessário reservar um tempinho antes de jogar as demonstrações no disco. Ele inclui com um rápido tutorial em vídeo de instalação do Move e da câmera, algo que pode ser ignorado se você tiver instalado tudo usando o manual de instruções. Já as demos não rodam direto do disco e precisam ser instaladas uma a uma, exatamente como você o faria se as tivesse baixado da Playstation Network. Como certas demos chegam até a 3 GB, o processo inteiro pode demorar e ocupar bastante espaço no seu console.

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A comparação

Vamos tirar isso do caminho logo de uma vez: em termos de uso, como o Playstation Move se compara ao Wii Remote? A impressão imediata é que o Move é uma evolução direta. Isto é: sim, o Move parece ser mais preciso. Ele também é mais ergonômico por causa das linhas curvas; até mesmo o botão central do Move, equivalente ao A do Wii Remote, é maior e mais confortável. Do outro lado, o botão-gatilho T, equivalente ao B do Wii Remote, é sensível a diferentes níveis de pressão, assim como os gatilhos L2 e R2 do Dualshock/Sixaxis padrão. Já a bolinha na ponta do Move pode gerar todo tipo de piadas, mas não é só decorativa; além de diferenciar um Move do outro através da cor exibida, ela pode refletir informações de jogo. Por exemplo, ela fica vermelha quando o protagonista colide em algo em Kung Fu Rider ou quando um comando está sendo executado em Heavy Rain.

Isso não quer dizer que o controle da Sony seja completamente livre de falhas. No Wii Remote, especialmente sem o Motion Plus, movimentos bruscos podem não ser detectados corretamente e gerar frustrações. No caso do Move, graças à câmera, é preciso ir um pouco além para conseguir “enganar” o software; ainda assim, houve casos de jogos em que isso aconteceu por conta de movimentos mais amplos, que chegam aos limites da visão da câmera. Além disso, o Move exige calibragem frequente. Não é nada incontornável; cada jogo pede a calibração antes de iniciar, e o processo não demora 10 segundos. Ainda assim, é algo que o Wii Remote não enfrenta.

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As demos

O disco de demos que acompanha o Starter Pack europeu contém nove demos, alguns dos quais estão disponíveis na Playstation Network americana. Há também outros demos que não vieram no disco mas já podem ser baixados, como o de Planet Minigolf (game disponível somente na PSN) e de Kung Fu Rider. Outros games exclusivos para Move ainda serão lançados nas próximas semanas, como The Fight: Lights Out (luta de rua) e Sorcery (banque o Harry Potter e lance feitiços com o Move simulando uma varinha mágica). A seguir, confira a análise rápida de como o Move é usado nos games presentes no disco e em Kung Fu Rider.

Beat Sketcher, echochrome ii e TV Superstars

Não foi possível testar as versões demo destes jogos, que exibem um erro de “video output” quanto se tenta executá-las. Provavelmente tem a ver com o disco ser europeu, já que o sistema de cores do continente é PAL e o Playstation 3 utilizado é americano e, portanto, NTSC. Ainda assim, é estranho que 6 versões demo no disco suportem NTSC e outras 3 não o façam. Fica o aviso para quem pensar em adquirir o pacote Starter Pack em vez do Bundle americano (que vem com o game Sports Champions em vez do disco de demos).

EyePet Move Edition

Não há muito segredo com EyePet: trata-se de um simulador de animal de estimação que utiliza a câmera (posicionada próxima ao chão) para que o jogador interaja com um bichinho virtual na sua própria sala. O game permite que os comandos sejam feitos com as mãos livres, em gestos simples, mas o uso do Move deixa todo o processo mais rápido: por exemplo, após várias tentativas de “acariciar” o animal só com as mãos, fazê-lo com a esfera do Move funcionou de primeira. A versão demo conduz o usuário por um rápido banho virtual, em que o Move alterna funções como chuveirinho, escova e secador; depois, por uma sessão de desenho na tela, feito com o Move; e enfim por um minigame no qual o jogador controla o EyePet e seu avião, tentando estourar pelo menos 90 balões em um tempo determinado. No geral, parece ser um game interessante para crianças, que têm mais chances de perdoar a baixa resolução de imagem no jogo (um problema do software; a imagem captada no chat de vídeo do PS3 é superior) ou o fato dos comandos por gestos não serem tão intuitivos e responsivos quanto a integração do próprio Move.

Kung Fu Rider

Certamente, não se trata de um game convencional: Kung Fu Rider é um jogo sobre um detetive particular e sua ajudante tentando escapar da máfia em uma… cadeira de escritório. Ou pior, qualquer coisa semelhante que encontrarem no caminho. Somente o detetive está disponível na demo; o jogador deve controlá-lo enquanto desce ladeiras montado na cadeira, desviando de obstáculos, transeuntes, carros, mafiosos e o que mais pintar. O seu repertório de movimentos inclui saltar, abaixar-se, frear, tomar impulso e aplicar golpes de kung fu (sem sair da cadeira!), entre outras acrobacias. Pode parecer algo divertido e engraçado quando descrito assim – e realmente é, mas apenas por cinco ou dez minutos. Este é o tempo necessário para perceber que Kung Fu Rider tem cara de jogo de PSN, e não de lançamento em disco; que os seus controles não são tão responsivos quanto em outros games, apresentando um atraso de resposta razoável, o que resulta em diversos tombos no início; e que, na verdade, não há motivo algum para o game usar o Move em vez de um controle normal – nenhum dos comandos que o jogo pede é uma reprodução sequer aproximada do movimento real, então qual o sentido? Com isso, Kung Fu Rider aparenta ser a grande bomba do lançamento do Move.

The Shoot

Aviso a quem adquirir este pacote: por algum motivo, o Move só funcionou direito na demo de The Shoot quando foi designado como Controller 1 no console. Por padrão, o Move entra em um número superior, então fica a dica. Problema técnico resolvido, vamos ao game. Se você jogou House of the Dead nos fliperamas ou qualquer jogo de tiro “sob trilhos” no Wii, sabe o que esperar: uma câmera em 1ª pessoa que se movimenta sozinha de uma parte a outra do cenário, enquanto o jogador aponta o controle para a tela e aperta o gatilho posterior para atirar nos adversários que aparecerem. The Shoot tem seus recursos particulares, porém. A ideia é passear por cinco gêneros cinematográficos de ação, cada um com diversas fases, e ir acumulando pontos. O jogador pode ativar 3 efeitos especiais com diferentes gestos do controle: câmera lenta, dano elevado e um terremoto que acaba com todo mundo na tela. Também é possível esquivar-se em certos momentos ao apontar o controle para o chão ou para os lados. A melhor idéia, porém, surge nas lutas contra chefes de fase: “baixe” a sua “arma”, apontando-a para o chão… E vamos ver quem saca primeiro! O truque funciona especialmente bem nas duas fases disponíveis na versão demo, inspiradas em filmes de faroeste. No geral, The Shoot não chega a revolucionar o gênero tiro-sobre-trilhos, mas tem personalidade suficiente para se distinguir de outros games do gênero. Resta saber se a versão completa terá conteúdo suficiente para justificar o lançamento em disco e não como game para download.

Sports Champions

Além de ser a inevitável coletânea de esportes inspirada no sucesso de Wii Sports e Wii Sports Resort, o jogo Sports Champions foi escolhido pela Sony para integrar o pacote americano de lançamento do controle Move. A julgar pela versão demo, foi uma decisão sábia: Sports Champions é familiar e, ao mesmo tempo, demonstra toda a capacidade do controle. O game completo vem com arco e flecha, bocha, duelo de gladiadores, golfe com disco, tênis de mesa e vôlei de praia, mas apenas dois destes esportes estão na demo. No golfe com disco, a disputa é para ver quem consegue atirar o disco em um ponto predeterminado com o menor número de lançamentos possível – o que representa um belo exemplo da precisão do Move, já que qualquer gesto mínimo, como girar o pulso, é reproduzido na tela. O tênis de mesa é espantoso se comparado ao de Wii Sports Resort: tudo que você não conseguia fazer antes, como dar passos para trás para rebater bolas longas ou acertar a bola com a lateral da raquete para mandá-la de volta com efeito, é possível com o Move. Outro detalhe interessante é que, pelo menos na versão demo, estes dois esportes apresentaram uma dificuldade maior do que a média em Wii Sports – o que pode ser um diferencial ou uma fonte de frustração. De qualquer maneira, Sports Champions parece ser um ótimo garoto-propaganda do Move.

Start the Party

Outro lançamento inevitável: uma coletânea de minigames para a família. Start the Party tenta se diferenciar, porém, ao explorar a câmera Playstation Eye e colocar a imagem da sua própria sala no centro do jogo (com uma resolução somente um pouco melhor do que a de EyePet). Apesar dos 2 GB (!) que ocupa no console, a versão demo contém apenas dois minigames; portanto, é difícil tirar qualquer tipo de conclusão sobre o jogo, já que a versão final tem mais de 20 minigames. Ainda por cima, tais coletâneas costumam atirar todo tipo de idéias para cima para ver o que cola, e estes dois minigames podem estar tanto entre os menos inspirados como entre os melhores (ou menos ruins). No minigame Picture This, o jogador usa o Move como pincel para preencher de tinta formas que aparecem na tela, o que deve ser feito dentro de um limite de tempo; ao final, as formas se juntam e uma ilustração completa aparece. O outro jogo é bem mais engraçado: em Bug Bash, a câmera exibe uma raquete no lugar do Move (isso mesmo, na sua mão) e você deve sair distribuindo raquetada nos insetos que aparecem na tela. Divertido, mas por quanto tempo? E como serão os outros N minigames?

Tiger Woods PGA Tour 11

O golfe pode não ser tão popular no Brasil, mas é bem provável que seja o esporte mais representado na biblioteca de jogos que usam o Wii Remote. Logo, a próxima edição de Tiger Woods PGA Tour não poderia deixar de incorporar o Move – mas isso não quer dizer que ela o faça de forma suave. Já ao iniciar o game, uma decepção: enquanto os outros jogos desta lista permitem o uso do Move para tudo, PGA Tour 11 só o incorpora quando a partida começa. Isso obriga o jogador a ligar o Dualshock/Sixaxis para ações banais como navegar pelos menus – algo desnecessário e que gasta bateria à toa. Depois, nota-se um fato curioso: a precisão do Move pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição. O jogador não corre muito risco de errar a bola – o game ajusta suavemente a tacada na última hora se necessário – mas isso nem de longe torna as coisas mais fáceis, já que o mínima diferença de velocidade ou de ângulo vai fazer você errar o buraco mesmo a apenas dois metros de distância. Além disso, o movimento natural da tacada pode deixar o seu controle fora do alcance da câmera, se ela estiver em cima da TV; por diversas vezes o jogo não reconheceu que o controle estava apontado para o chão, pronto para a tacada. Espera-se que a versão final do game tenha uma gama ampla de ajustes possíveis, como é de praxe nos jogos da EA Sports, para compensar estes momentos; a julgar pela versão demo, o suporte ao Move parece ter sido incluído de última hora e sem muito apuro.

Tumble

A Sony provavelmente escolheu Sports Champions para integrar o pacote de seu novo controle graças à variedade de esportes e a familiaridade que o game proporciona. Porém, se a intenção fosse promover ao máximo a precisão do controle e como ele pode ser usado de formas inovadoras, o principal garoto-propaganda do Move seria Tumble. Trata-se de um game aparentemente simples com desafios baseados em blocos de montar, como “construa a torre mais alta possível com estas peças”, “empilhe o máximo de peças possível nesta plataforma” ou “derrube tudo puxando apenas um bloco” – tudo isso usando apenas o Move para “agarrar” e “soltar” os blocos. Os valores de produção são mais altos do que em games do tipo, desde o som cristalino da movimentação dos objetos até as suas propriedades físicas: blocos feitos de materiais diversos se comportam e deslizam de maneira diferente, por exemplo, e a forma como você os larga usando o Move faz toda a diferença. No geral, Tumble tem um grande potencial para prender na tela até aqueles que não costumam jogar games de quebra-cabeças. É a demo mais interessante do disco, disparado – e ainda por cima é o jogo mais em conta, vendido para download na PSN a meros 10 dólares.

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Os jogos completos

Além das demos, quem adquirir o Move e já tiver certos jogos na prateleira vai poder usar o controle simplesmente atualizando o game via patch gratuito, disponível na Playstation Network. Os grandes destaques por enquanto são Resident Evil 5 Gold Edition e Heavy Rain, mas vale avisar que, além dos recém-lançados R.U.S.E. (estratégia) e M.A.G. (tiro em 1ª pessoa em um mundo persistente online), uma série de games a serem lançados em breve suportarão o Move, como Time Crisis: Razing Storm (tiro sob trilhos), NBA 2K 11 (basquete), Little Big Planet 2 (plataforma/criação), SOCOM 4 e Killzone 3 (ambos tiro em 1ª pessoa), entre outros.

Resident Evil 5 Gold Edition

Antes de mais nada, um aviso: somente a Gold Edition suporta o Move. Isto é, se você tem a versão “normal” de Resident Evil 5, o patch não estará disponível. Ao baixá-lo, o motivo fica claro: as rotinas de suporte ao Move provavelmente foram incluídas de antemão no blu-ray da Gold Edition, já que o patch tem apenas 44 MB (compare com Heavy Rain, abaixo).

Para quem já jogou Resident Evil 4 no Wii, não há muitas surpresas no uso do Move: aponte-o para a tela, segure o gatilho (T) para ativar o modo de mira e use o botão principal do controle para atirar. Uma sacudida faz com que o personagem controlado desfira uma facada, e os botões extras servem para acionar o inventário, recarregar a arma e ações afins. Há duas diferenças principais, entretanto. Uma delas é a possibilidade de utilizar o controle normal Dualshock/Sixaxis para movimentar o personagem, ao invés do acessório separado Navigation Controller (o equivalente da Sony ao Nunchuk do Wii). Não é a solução mais ergonômica, mas funciona a contento para quem não quer investir ainda mais. A segunda é que os botões do Move são os mesmos do controle normal (triângulo, quadrado, círculo, X) e estão mapeados para as mesmas ações, o que torna a transição de um esquema de controle para o outro algo muito mais intuitivo.

Assim como em Resident Evil 4, a grande vantagem de usar um controle de movimento é contar com uma mira mais precisa, o que deixa o game um pouquinho mais fácil. Porém, se você afastar demais o cursor dos limites da tela ou do alcance da câmera, corre o risco de precisar interromper o game para recalibrar o Move – um problema que não ocorria em RE4. Com isso, Resident Evil 5 não parece ser uma boa razão para adquirir o Move por si só; a impressão é de que nenhum esforço maior foi feito para inovar com o Move, e sim apenas para garantir que ele fosse suportado e nada mais.

Heavy Rain

Em diversos sentidos, Heavy Rain com o Move é o oposto completo da experiência de Resident Evil 5 Gold Edition. Em primeiro lugar, ao atualizar o game, prepare-se para uma longa espera de mais de 1,1 GB de download. Porém, não somente vale a pena esperar, como Heavy Rain talvez seja um dos melhores motivos para se adquirir o Move – ou vice-versa, dependendo dos seus interesses pessoais.

Para quem não conhece Heavy Rain, trata-se de uma espécie de suspense interativo em que o jogador controla alternadamente quatro personagens envolvidos no mistério do assassino serial Origami Killer. O jogo chamou a atenção por seus altíssimos valores de produção, pelo fato de que suas ações têm um impacto duradouro no resultado final (incluindo a possível morte definitiva de protagonistas), e pela jogabilidade no mínimo curiosa: o game usa as alavancas analógicas e os sensores de movimento simplistas do Dualshock 3 para “imitar” ações reais – desde as mais prosaicas, como escovar os dentes, até atividades mais tradicionais em games, como lutar e investigar o cenário.

A grande vantagem do Move é que diversas ações dedicadas às alavancas agora podem ser realizadas com gestos naturais, como esticar o braço e depois puxá-lo para abrir uma porta, ou torcer o pulso para girar a chave na ignição do carro. É preciso um tempo de adaptação para diferenciar quais ícones exibidos na tela pedem quais movimentos; porém, o mesmo acontece com os comandos normais via Dualshock. Com isso, um game que já se destacava pelo seu nível de imersão narrativa agora ganha toda uma camada de imersão nos controles, o que só torna a experiência ainda mais rica. Se você se interessa por games com forte ênfase na narrativa e está pensando adquirir o Move, Heavy Rain provavelmente é a melhor escolha para acompanhar o controle. Na pior das hipóteses, você terá a chance de experimentar algo que pode se tornar um protótipo para filmes totalmente interativos no futuro.

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Os prós do Move

  • Precisão: De fato, o Move parece ser mais preciso do que a combinação Wii Remote + Motion Plus, e não somente no eixo Z.
  • Formato: O Move é bastante ergonômico e menos propenso a escorregar, graças às curvas do design.
  • Diversidade: O Move chega ao mercado com uma diversidade de games que só foi atingida no Wii após algum tempo. Há games para todo tipo de público: de crianças a idosos, de entusiastas a esportistas de sala de estar, de jogadores tradicionalistas aos interessados em novas formas de interagir com os games. O mesmo vale para gêneros: há games de ação, quebra-cabeças, esportes, survival horror, estratégia, narrativas interativas, tiro, e outros.
  • Custo (para proprietários do Playstation 3 e/ou Playstation Eye): Quem já tem o console e a câmera vai pagar pelo controle Move o mesmo preço de um Wii Remote com Motion Plus e receber em troca um acessório mais preciso; mesmo quem ainda não tem a câmera pode pagar um preço aceitável pelo pacote Bundle, que vem com um bom game, e ter a câmera disponível para jogos que a utilizem isoladamente, além de chat em vídeo.

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Os contras

  • Não é embutido: Ao contrário do Wii Remote, o Playstation Move não vem com o console por padrão; ao ser vendido como acessório, é provável que parte do público potencial jamais fique sabendo de sua existência, mesmo ao adquirir um novo Playstation.
  • Biblioteca ainda limitada: Por mais diversa que seja no lançamento, a biblioteca de games que suportam o Move ainda tem muito o que crescer; jogadores muito exigentes, que só jogam um ou dois gêneros, podem ainda se sentir limitados a dois ou três títulos de qualidade e/ou que fazem bom uso do controle.
  • Custo (para quem ainda não tem o Playstation 3): Para o consumidor que ainda não tem nenhum console e deseja experimentar games com controle de movimento, a solução completa da Sony custa o dobro do pacote atual do Wii (console + Wii Remote + Motion Plus + dois jogos): US$ 399 contra US$ 199. A versão do Playstation 3 disponível com o Move Bundle tem muito mais espaço em disco (320 GB) do que o Playstation Slim mais barato (120 GB, US$ 299), mas para usuários novatos em games, este espaço extra não deve ser motivo suficiente para compensar a grande diferença de preço.

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O veredicto

Após toda a análise, fica claro que sim, o Move cumpre tudo aquilo que a Sony prometeu. A precisão é maior, os games são mais variados logo de saída, e ele reconhece profundidade como nenhum outro. Porém, a aquisição do controle provavelmente dependerá de uma série de outros fatores que variam de um consumidor a outro.

Aqueles que ainda não se interessaram por controles de movimento provavelmente não encontrarão nada no Move que os faça mudar de ideia; pelo menos por enquanto, a integração do controle aos games não difere muito de tudo o que já foi visto em quatro anos da existência do Wii (com a notável exceção de Heavy Rain). Para alguns jogadores, talvez seja melhor esperar a chegada do Kinect, o futuro sistema livre de controles da Microsoft, e conferir se a revolução prometida é mais radical e profunda do que simplesmente aprimorar o Wii Remote.

Por outro lado, o Move representa uma evolução de tecnologia que não prescinde de botões (e a Sony está tão ciente disso que criou até mesmo uma página de marketing “pró-botões”). Os jogadores que preferem ter algum tipo de controle nas mãos, mas que estão abertos às possibilidades de imersão oferecidas por um controle de movimento, estão muito bem servidos com o Move. Mesmo quem estiver entrando no mundo dos games agora pode ter no Move uma experiência mais amigável, graças à precisão do controle e a presença de menos botões do que um controle normal.

É difícil saber, no entanto, se o controle dará certo ou se tornará mais um acessório de console a ser esquecido com o tempo. Tudo depende de quanto do público potencial do Wii a Sony pretende roubar, ou de quantos usuários de Playstation 3 estão interessados em controles de movimento. A única coisa certa é que não se pode culpar a tecnologia, que funciona muito bem. Cabe agora às produtoras adotar ou não o Move e extrair o máximo dele. Esta história será acompanhada aqui no PowerUps à medida que mais games para o Move forem lançados; não deixe de conferir!

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