Se parasse totalmente de ventar, será que daria para recriar o vento? Em Invento para Ventar, o mais novo espetáculo da Cia. Zin, três passarinhas que veem o vento cessar de ventar em um mundo com cada vez mais muros e antenas tem a missão de lembrar as crianças a se divertirem com o vento por meio de suas brincadeiras. Voltada para a primeira infância, a montagem, misto de teatro e dança, tem dramaturgia de Filipe Celestino, do Coletivo O Bonde, e direção de Elenira Peixoto.
Com ingressos gratuitos, Invento para Ventar é encenado ao ar livre e estreia dia 15 de setembro, domingo, às 11h, no Teatro Alfredo Mesquita. Depois o espetáculo segue com apresentações no CEU Butantã (18 de setembro, quarta-feira, 11h e 15h), CEU Uirapuru (25 de setembro, quarta-feira, 11h e 15h) e Teatro Arthur Azevedo (28 e 29 de setembro, sábado, 16h e domingo, 11h e 16h).
Invento para Ventar é a primeira peça de uma trilogia cênica sobre o brincar dos bebês na natureza e também é a primeira da Cia. Zin que utiliza palavras (nas outras quatro montagens anteriores a companhia prioriza outras maneiras de comunicação sem ser verbal, como a linguagem corporal ou por meio de sons e luzes). Para isso, o coletivo convidou Filipe Celestino para criar a dramaturgia, que idealizou uma fábula, onde três passarinhas – Murú, Minga e Rubra – contam a história do vento e brincam com o vento, mas o vento para de soprar e elas partem para conversar com Iansã, a orixá dos ventos.
Murú (Elenira Peixoto) é uma velha coruja sábia da espécie Murucutu, a maior coruja tropical e uma das maiores do Brasil. Já Minga (Eugenia Cecchini) é uma flaminga brincalhona, imaginativa, falante e atrapalhada, que costuma dormir em pé por causa das suas longas pernas e Rubra (Jéssica Barbosa) é uma guará-vermelha, que é considerada uma das mais bonitas do Brasil, cheia de energia, com instinto de coletividade e proteção.
Iansã conta às passarinhas que as crianças estão se esquecendo da natureza e de brincar com o vento e pede para elas lembrarem as crianças de brincarem sempre com o vento, recriando, brincando e reinventado o “ventar”. Nesse momento do espetáculo os bebês e crianças poderão entrar em cena, mexendo em objetos cênicos, como infláveis e brinquedos de ar.
Olhar para a primeira infância
A diretora e atriz Elenira Peixoto conta, que, Invento para Ventar foi criado especialmente para o público da primeira infância e convoca as crianças a inventar o vento a partir de suas brincadeiras. “A peça fala da importância de reinventarmos o mundo, criar imaginários e criar novas possibilidades a partir do olhar para as infâncias e suas brincadeiras com o elemento ar. Afinal brincar é recriar o mundo que vivemos.”
Para a realização da construção do espetáculo duas etapas foram essenciais no processo de criação: a observação de crianças pequenas em uma escola de educação infantil e a formação com o artista plástico, teólogo e pesquisador da infância e do imaginário Gandhy Piorski.
Para o dramaturgo Filipe Celestino, que estreia na dramaturgia para a infância, escrever Invento para Ventar foi encher a cabeça de vento para imaginar um mundo novo. “Pensei em como abriria um diálogo com esse universo infantil e resgatei o ato de imaginar. Então, com base na poesia, criei uma fábula com a ideia de que a palavra pudesse ser uma sensação. Mesmo que os bebês ainda não entendam muitas palavras, mas que eles possam senti-las”, explica ele.
Serviço:
Invento para Ventar
Com a Cia. Zin
40 minutos | Livre | Gratuito.
15 de setembro, domingo, 11h.
Teatro Alfredo Mesquita – Av. Santos Dumont, 1770 – Santana, São Paulo.
18 de setembro, quarta-feira, 11h e 15h
CEU Butantã – Av. Eng. Heitor Antônio Eiras Garcia, 1870 – Jardim Esmeralda, São Paulo.
25 de setembro, quarta-feira, 11h e 15h
CEU Uirapuru – R. Nazir Miguel, 849 – Jardim Joao XXIII, São Paulo
28 e 29 de setembro, sábado, 16h e domingo, 11h e 16h
Teatro Arthur Azevedo – Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca, São Paulo.
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