O Museu de Arte Moderna de São Paulo promove, no dia 6 de dezembro, a quarta edição do MAM Debate, que este ano será sediado no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, reafirmando o vínculo histórico entre as duas instituições na consolidação da arte moderna no Brasil. Com o título A instituição do moderno, o seminário, gratuito e aberto ao público, propõe uma reflexão sobre o processo de institucionalização do modernismo nas décadas de 1940 e 1950, período marcado pela formação das primeiras coleções públicas de arte moderna em São Paulo.
A partir da revisão desse passado, o encontro busca discutir as permanências e os imaginários ainda vivos, analisando criticamente o papel das instituições, dos acervos e dos agentes culturais que contribuíram para consolidar a arte moderna como patrimônio coletivo. A programação inclui duas mesas de debate, que reúnem convidados de diferentes áreas da crítica, da curadoria e da pesquisa acadêmica, com o objetivo de aprofundar o diálogo entre a história da modernidade artística no Brasil e a atuação contemporânea do MAM.
A exposição Do livro ao museu, realizada pelo museu em parceria com a Biblioteca Mário de Andrade concomitante ao MAM Debate, é exemplo desse movimento: ambas as instituições, que compartilharam ideais fundantes, reafirmam-se como centros difusores da arte moderna no país. Tal diálogo permite revisitar a constituição de seus acervos, a circulação de obras e a projeção de personagens que, naquele período, contribuíram para consolidar a arte moderna como patrimônio coletivo.
PROGRAMAÇÃO
Fala de abertura
O MAM São Paulo e a instituição moderna
Cauê Alves (curador-chefe do MAM São Paulo)
às 14h
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Mesa 1
Personagens e histórias entre o MAM e a Biblioteca Mário de Andrade
das 14h30 às 16h30
Participantes:
– Helouise Costa (curadora do MAC USP)
– Lisbeth Rebollo (curadora e professora emérita do PROLAM USP)
– Pedro Nery (museólogo do MAM São Paulo e curador da exposição Do livro ao museu)
Mediação:
– Pedro Nery
A mesa Personagens e histórias entre o MAM e a Biblioteca Mário de Andrade propõe revisitar e discutir o papel de figuras centrais na institucionalização do modernismo em São Paulo, a partir das articulações entre ambas as instituições nas décadas de 1940 e 1950. Ao destacar a atuação de diretores, críticos e organizadores de acervos, assim como acontecimentos de seus entornos, busca-se compreender como decisões individuais e contextos especiais contribuíram para a formação de coleções públicas e para a definição de um imaginário moderno. Nesse contexto, sobressaem-se figuras como Sérgio Milliet, que dirigiu tanto o museu quanto a biblioteca e articulou políticas de aquisição e difusão da arte moderna, e Maria Eugênia Franco, responsável pela Sessão de Arte da Biblioteca e por iniciativas pioneiras de exposição e documentação. Episódios como a realização de mostras didáticas, a incorporação de fotografias e livros de arte em coleções institucionais, e a circulação de exposições internacionais em São Paulo evidenciam o entrelaçamento entre práticas curatoriais e biblioteconômicas na construção de uma história da arte moderna, permitindo discutir permanências, disputas e legados ainda presentes.
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Mesa 2
Circulação da arte moderna
das 17h às 19h
Participantes:
– Taisa Palhares (curadora e professora do IFCH Unicamp)
– José Augusto Ribeiro (curador e pesquisador)
– Ana Paula Simioni (professora associada do IEB USP)
Mediação
– Cauê Alves (curador-chefe do MAM São Paulo e curador da exposição Do livro ao museu)
A mesa Circulação da arte moderna aborda os fluxos de obras, ideias e narrativas que conformaram o modernismo entre o Brasil e o exterior, examinando as redes institucionais responsáveis por sua difusão nas décadas de 1940 e 1950. Ao considerar desde a entrada de álbuns de importantes artistas do modernismo europeu em bibliotecas nacionais como a Biblioteca Mário de Andrade, até a projeção internacional da produção brasileira, a mesa discute como a arte moderna foi apresentada, interpretada e absorvida em diferentes territórios e contextos culturais. A análise desses circuitos de circulação revela tanto a formação de um repertório cosmopolita quanto a construção de um cânone marcado, por exemplo, pela presença rarefeita de mulheres artistas nas coleções emergentes. Nesse percurso, busca-se tensionar os mecanismos de legitimação, participação e exclusão que atravessaram a institucionalização da modernidade artística no país.
Serviço:
MAM Debate 2025: A instituição do moderno
Local: Biblioteca Mário de Andrade (R. da Consolação, 94 – República, São Paulo – SP)
Data: 6 de dezembro de 2025, sábado
Horário: das 14h30 às 16:30 (mesa 1) e das 17h às 19h (mesa 2)
Classificação: livre
Entrada: gratuita (inscrições via Sympla)









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