“A História de todos os gols de Zico” (editora Tinta Negra), lançado no início deste ano em grande estilo no Shopping Via Parque, zona oeste do Rio – com direito à ilustre de presença do Galinho de Quintino, e uma fila que durou cerca de 4 horas – é literalmente um livro de arte. No caso, de futebol arte.
Esculpido por Bruno Lucena (in memorian), Marcelo Abinader e Mario Helvecio, o livro tem capa dura e é ricamente ilustrado com fotos, fatos, informações e dados colhidos pelos autores diretamente da fonte, ou seja, o craque flamenguista, que chegará, no próximo ano aos seus 70 anos de vidas e glórias.
Já faz pouco mais de 50 anos que o radialista Celso Garcia foi instrumento para levar Zico ao Flamengo e, em seguida, graças a méritos próprios, para o mundo. Desde seu surgimento, aos 14 anos, em 1967, já foram muitas as alegrias que a nação rubro-negra e o povo brasileiro. Mas fazia falta um documento histórico como este ora lançado, na forma de um presente para saudosos torcedores e para as novas gerações que não tiveram oportunidade de ver o ídolo jogar, salvo através de ferramentas como o YouTube.
O livro, que é dividido em 24 capítulos, basicamente cada um deles englobando um ano, tem três prefácios: o primeiro deles, do jornalista e escritor Marcos Eduardo Neves, o segundo, assinado por George Helal, que foi presidente do Flamengo entre os anos de 1984/1986 e considerado pelo galinho como seu segundo pai, e o terceiro prefácio assinado pelo Maestro Junior – Leovegildo Lins da Gama Junior, durante muitos anos grande parceiro de Zico no Flamengo e na Seleção Brasileira.
Além da história de cada um dos 804 gols de Zico, fruto de uma árdua pesquisa a seis mãos, o livro traz também uma parte com estatísticas, rankings, curiosidades e afins. Há, por exemplo, a relação de gols de Zico por ano, por década, gols feitos de falta por time, marcados no Maracanã, ou o número de gols de pênalti por time, por exemplo.
De acordo com os autores, a obra pretende fazer um tributo ao homem que além de craque, foi um atleta exemplar e um ser humano de ilibada conduta, ciente de que seu sucesso se deve, também, ao incrível apoio recebido pelos fãs.
Pela cronologia do livro que eterniza a história, o ano de 1981, por exemplo, começa com Zico jogando pela seleção brasileira sob o comando de Telê Santana. Contra a Venezuela, no dia 8 de fevereiro, no Estádio Olímpico de Caracas, ele faz o único tento do jogo, o seu gol de número 489, num jogo de placar favorável ao Brasil por apenas 1×0.
Este mesmo ano de 1981 terminaria com a consagração do time do Flamengo elevado ao patamar de Campeão de Mundo. A inesquecível campanha do Flamengo rumo ao título mundial terminaria no dia 13 de dezembro no Estádio Nacional de Tóquio, no Japão.
Frente ao poderoso time do Liverpool, da Inglaterra, o Flamengo, que atuou com Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Junior, Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico massacrou os ingleses, levando a fatura por 3xO. Nesta ocasião, Zico não fez gol, mas foi participante direto de todos os três gols, assinados por Nunes (dois) e Adílio.
Saudades rubro-negras à parte, o livro “A história de todos os gols de Zico” é um alento e revive uma época em que o futebol tinha, ainda, uma inocência, uma pureza e, sobretudo, seus atletas tinham maior fidelidade à camisa. Um livro para flamenguistas na nova e da velha guarda e para os amantes do futebol arte.
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