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Livro “O Plural de Etcéteras” vai fundo na linguagem para ver o outro na margem do sentido

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Como se a coisa palavra mais insujeita se transformasse em ideia. E a ideia; uma substância mais inconcreta se sujeitasse ao algum discurso, mas, este não atrela fundo e talvez queira aludir ao mundo, mas de forma etcétera. Aonde está o conteúdo? das pessoas falando e governando tudo? Que bagunça de tráfego de informações ainda mais na internet a urdir (re)bytes binários. Caracoles, onde? Foi o silêncio das alusões e das emoções que são lidas por cavas ou corcovas? Onde? o eu singular, a era do individualismo pode predicar o endereço e seu complemento o nós, adequação do conjunto habitacional da palavra-período!

No livro de poemas da Juliane Nascimento “O Plural de Etcéteras”, lançado pela Editora Patuá, temos versos que ditam silêncios entre os corredores das estrofes. A cada verso e seu conseguinte existe uma arredor vazio onde ali se pode colocar suas opostas direções, semanticamente digo. Num belo exercício de contenção e sofisticação, a poeta em poucos segundos e largura segura um sem tamanho de não ditos, mas que você leitor pega de primeira, tal domínio verbal e linguístico da poeta. Partindo de um narrar na primeira pessoa que não encerra as outras pessoas numa perfeita relação entre o eu  o eles e o nós.

O etcéteras entram sempre na indeterminação do sentido à velar quando só após a leitura completa, se revelam por inteiro, o que diríamos que a leitura é um processo constitutivo da noção da parte ao todo. Pela capacitação de inderteminar o sentido de mão beijada, (sinal de inferior, conformidade) mas como forma de operar por imagens que vão se inferindo pelos espaços da métrica do poema. A maioria dos poemas lembram haicais que trazem uma grande informação subcutânea e em baixo da língua (a)gem pequenos organismos lenitivos ou sentidos que sobem na medida que a leitura vai se efetuando, o efeito estético é prazeroso por que no espaço semântico há tantas direções de tropos de (arquétiposentidos), de sutilezas nas teias em que o fio tece quando o códice está emaranhado de completudes.

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