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Los Sebosos Postizos fazem show psicodélico em homenagem aos 50 anos da Tábua de Esmeralda

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Nesta última sexta feira, dia 20, Jorge du Peixe (vocalista), Dengue (baixo), Pedro Baby e Lello Bezerra (guitarras), Carlos Trilha (teclado), Vicente Machado (bateria) e Gustavo da Lua (percussão) celebraram o nascimento de um dos discos mais icônicos da música brasileira, no intimista e histórico espaço do Circo Voador.

“Tábua de Esmeralda”, gravado em 1974 por Jorge Benjor (ou como Jorge du Peixe diz “será sempre Jorge Ben pra mim”) é reconhecido internacionalmente em listas de melhores álbums e abriu a fase de “alquimia musical” do artista.

Com efeitos de voz, a malemolência típica de seu violão, agudos ecoantes de guitarra e orquestra, o disco nasceu de uma mistura de influências tanto em termos conceituais como musicais, e em suas letras evoca personagens como o líder quilombola brasileiro Zumbi de Palmares, o faraó egípcio Hermes Trismegisto, assim como divagações filosóficas e a presença (habitual) de personagens femininas apaixonantes e do futebol.

Los Sebosos Postizos, que mistura membros das bandas pernambucanas Nação Zumbi e Mombojó e outros integrantes, é um projeto totalmente dedicado a tocar versões das músicas do outro Jorge, o carioca.

O show começou por volta das 23h e pouca da noite. Logo nos primeiros acordes, a gente sente a vibração envolvente das cordas e, com elas, a certeza de que será um bom show.

O vocalista, conhecido por ficar sempre sentado, conversou com a plateia em diversos momentos. Primeiro, explicou que iria seguir a ordem do disco em quase toda sua concepção com algumas poucas excessões, e em outros momentos, falou da importância desse disco na nossa cultura. Ressaltou seu aspecto revolucionário e experimental e disse que se alguém ali não conhecesse a versão original, que ouvissem assim que chegassem em casa. Também falou sobre o calor do Rio de Janeiro, mas lembrou que em Recife provavelmente estaria pior.

A banda equilibra com esmero o rasgar das guitarras com a voz sempre sólida e aconchegante de du Peixe, em ritmos que vão do maracatu ao rock, quase sempre passando por um samba gostoso que naturalmente faz o corpo requebrar com o suíngue (suíngue!).

Essa mistura, quase alquímica mesmo, cria um ambiente de imersão no qual as vozes, os instrumentos e os corpos parecem flutuar em uma mesma frequência que nos embarca uma sensação de harmonia.

Nas telas, imagens coloridas são projetadas de modo a intensificar o caráter psicodélico do show.

Com a presença constante do canto do público, o clima foi de alegria e êxtase.

Como sempre quando vou a shows do Los Sebosos, assim como do Nação Zumbi, eu saí de lá revigorada.

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