O Brasil encontrou mesmo a Suíça no Circo Voador na noite de 27 de maio. Nação Zumbi e Young Gods fizeram um show entrelaçado, em que alternaram músicas de uma e de outra banda, costurando uma experiência sonora interessante e inédita. O evento, A Suíça encontra o Brasil, é uma realização do Swissando e do Montreux Jazz Festival, lendário festival que, em 2016, celebra sua 50a edição. Houve ainda uma exposição homenageando alguns ícones do festival.
A banda suíça Young Gods foi a pioneira da cena do Rock Industrial, surgindo em 1985 e tendo inspirado artistas e bandas como The Edge, U2, Mike Patton, Faith no More e David Bowie. É formado por Franz Treichler (vocal), Cesare Pizzi (teclado) e Bernard Trontin (bateria). Young Gods e Nação Zumbi se conhecem desde 1996, mas essa foi a primeira vez que subiram juntos ao palco, sendo esta uma prévia do show que farão juntos no festival Montreux.
O show foi dinâmico: enquanto uma das bandas apresentava músicas de seu repertório, a outra não deixava de participar, com detalhes de vocal, percussão e bateria. As alfaias do Nação Zumbi não descansaram durante as músicas do Young Gods, e nas psicodélicas e longas canções da banda suíça, era possível imiscuir o ritmo brasileiro e mesclado do Nação, com a percussão trabalhando o tempo inteiro.
Por outro lado, Franz Treichler, vocalista dos Young Gods, se esmerou no português com a plateia e faz participações interessantes, inclusive no refrão de ‘Maracatu Atômico’, penúltima música do show, seguida de ‘Da Lama aos Caos’. Na abertura, o músico mostrou ter decorado uma parte do clássico ‘Monólogo ao Pé do Ouvido’, que abre o disco “Da Lama ao Caos”, citando trechos e fazendo referência a Chico Science, e assim levando o público sequioso de maracatu e mangue beat ao delírio. Nação tocou alguns clássicos da banda, como ‘Rios, Pontes & Overdrives’, ‘Maracatu Atômico’, ‘Da Lama ao Caos’, mas o grosso do repertório levado ao palco foram músicas do último álbum, de 2014, com ‘Bala Perdida’ e a ‘Melhor Hora da Praia’.
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