Depois do fiasco protagonizado por Billy Idol, Fall Out Boy e o Greenday, a atração principal, conseguiram dar a volta por cima em um dia crítico
A sexta-feira (9 de setembro) deve entrar para a história do Rock in Rio, mas não por bons motivos. O que deveria ser uma celebração ao rock e uma volta ao passado com artista consagrados e homenagens a primeira edição do festival, “deu ruim”.
Não vamos nem falar dos problemas do Palco Sunset (leia o texto aqui). Vamos ficar apenas com o que aconteceu no Palco Mundo.
Repetições, fiasco e redenção
A maratona de shows começou com o Capital Inicial comemorando os 40 anos de carreira e marcando a sua oitava participação no Rock in Rio.
E, ter se apresentado tantas vezes no festival foi a maior dificuldade a ser superada pela banda.
Fica difícil apresentar alguma novidade depois de tantas apresentações. O resultado foi um setlist muito conhecido pelos fãs da banda e frequentadores do festival.
Dinho Ouro Preto & Cia foram bem, mas a falta de novidades deixou um cheirinho de naftalina no ar.
Ainda bem que o público do RIR sempre se renova e que a disposição para se divertir supera qualquer coisa.
A vergonha alheia com Billy Idol
Se o Rock in Rio 2022 já havia testemunhado a má forma vocal de vários artistas, com destaque absoluto para Axl Rose, nada se comparou ao que vimos na apresentação do ídolo punk de 66 anos.
Tudo começou bem para Billy que iniciou com “Dancing with Myself” e entoando o refrão do hino do festival. Uma simpatia só.
Porém, de nada adiantou toda a simpatia. Com a voz em muito pior estado do que a apresentada no dia anterior – quando fez um show em São Paulo – Billy lutou para alcançar várias notas, encontrar o tom de muitas músicas, manter a afinação, e ainda protagonizou o momento mais constrangedor de todo o festival.
O que aconteceu durante a performance da canção “Eyes Without a Face” foi inacreditável. Idol errou duas vezes a entrada da canção, obrigando o ótimo guitarrista Steven Stevens a tentar simplificar o arranjo para ajudar o cantor (com pouco sucesso).
Algumas pessoas sugeriram que o cantor pudesse ter exagerado no álcool ou que tivesse ingerido algum medicamento que o deixasse naquele estado. Nem mesmo os alegados (e audíveis) problemas com o som podem justificar o que aconteceu.
Foi um momento triste para quem viu há cinco anos, Idol se apresentar com muita desenvoltura como um dos protagonistas do espetáculo “Classic Quadrophenia”, ao lado de Pete Townshend e Alfie Boe.
Pelo jeito, meia década faz toda a diferença na vida de um artista.
Para os mais velhos e que assistiram Billy no RIR de 1991, melhor ficar com essa lembrança.
Fall Out Boy levanta o nível
Na sua segunda vez no Rock in Rio, o Fall Out Boy teve como missão levantar a “moral musical” do festival depois do que foi visto (e ouvido) durante o set de Billy Idol.
Parecia uma tarefa simples (e foi), mas, caso não conseguissem, seriam protagonistas de mais um fiasco histórico.
Patrick Stump (vocal principal e guitarra) Pete Wentz (baixo e vocais), Andy Hurley (bateria e backing vocals) e Joe Trohman (guitarra e backing vocals), fizeram bonito.
Formado em 2001 e com uma série de álbuns e singles de sucesso, o grupo trouxe ao Brasil um set azeitado e que brindou o público com performances muito boas em seu primeiro show em mais de dois meses.
Foram 18 certeiras canções que voltaram a aquecer a já quente (literalmente) Cidade do Rock.
Tem gente que reclama que, depois de 20 anos de carreira, a banda mudou o seu som, tornando-se menos punk e mais rock. Mas, vamos ser sinceros, isso é um sinal de devolução.
Uma boa resposta musical para o público e um ótimo aperitivo antes do Green Day (leia sobre a apresentação deles no próximo texto)
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