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"The Umbrella Academy" funciona muito bem a partir da dinâmica dos seus personagens

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Baseada nos quadrinhos da Dark Horse criados por Gerard Way com ilustração do brasileiro Gabriel Bá, The Umbrella Academy trata de 43 crianças que nasceram no mesmo dia e cujas mães não estavam grávidas até o dia dos nascimentos. Dessas crianças, 7 foram adotadas por um milionário excêntrico Sir Reginald Hargreeves, que as treinou para se tornarem um grupo de superpoderosos. Sendo criados e treinados de uma maneira muito rígida e sem empatia por parte de Hargreeves, as crianças são identificadas por números (de 1 a 7), e com a exceção da número Sete (também conhecida por Vanya, interpretada por Ellen Page), cada uma possui uma habilidade sobre-humana.
Assim, Número 1 (Luther – Tom Happper) tem grande força; número dois (Diego – David Castaneda) é um lutador e preciso em arremesso, fundamentalmente de facas; número 3 (Alisson – Emmy Raver-Lampman), tem o poder de incutir pensamentos nas pessoas; números 4 (Klaus – Robert Sheehan), capaz de conversar com os mortos; número 5 (Five – Aidan Gallagher) possui a habilidade de se teletransportar entre tempo e espaço; e número 6 (Ben – Justin H.Min), consegue trazer monstros de outras dimensões.

Após terem se separado ao longo dos anos devido a diferenças internas, todos se reúnem quando é anunciada a morte de Hargreeves. No momento do reencontro, Five, que estava sumido desde garoto, retorna do futuro para tentar salvar o mundo do apocalipse que irá acontecer em poucos dias, e tem em seu encalço um grupo de assassinos.
A dinâmica da série é bem intrigante nos seus primeiros episódios, quando são explorados os mistérios sobre as apresentações dos personagens e como cada um deles se relaciona, além de explicar certas nuances que a série vai passando, com pequenas pistas de como esse mundo funciona. No entanto, o ritmo cai um pouco na parte final da temporada, principalmente se você conhecesse quadrinhos (não esse em especial, mas falo sobre os clichês que existem nessa mídia), que já vai reconhecer quase tudo o que irá acontecer.
Os poderes e os traumas que carregam os personagens trazem algo bastante interessante à produção. Nesse sentindo, lembra muito a dinâmica de X-Men e aquelas situações que ocorriam dentro da Mansão para Jovens Superdotados do Professor Xavier, só que por um viés mais sombrio e perverso. Em especial se destacam Five, um personagem tão traumatizado por viver uma longa vida sozinho – imbuído de um cinismo e um charme peculiar imprimidos pela interpretação de Aidan Gallagher – e Klaus, imerso nas drogas e outros vícios para bloquear seu acesso aos poderes de se comunicar com os mortos.

“The Umbrella Academy” peca em algumas cenas de luta, que por vezes são mal coreografadas e o uso de um slow-motion desnecessário e mal feito. A série, contudo, é bem construída e deixa sempre a vontade de ver o desenvolvimento desses personagens e o que eles são capazes de fazer, mesmo com todos os seus traumas.

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