Compositor, baterista e agora… roteirista e produtor. Alfredo Dias Gomes, que estreou aos 18 anos na banda de Hermeto Pascoal, está em carreira solo desde os anos 90 e tem treze discos lançados, encontrou uma nova forma de expressão: o cinema. Seu curta de animação “Saudade”, de novembro de 2021 para cá, já conquistou quatro prêmios em festivais internacionais: Munich Music Video Awards, International Sound Future Awards, Rome Music Video Awards e New York Independent Cinema Awards.
Filho de dois ícones da TV brasileira, Janete Clair e Dias Gomes, Alfredo foi criado no mundo dos personagens de seus pais. E até ensaiou escrever alguma coisa – “Mas é muito difícil escrever algo sendo filho de quem sou”, relembra. “Certa vez, com uns catorze anos, mostrei pra minha mãe uma redação que fiz na escola e ela adorou. Ela mandou eu mostrar ao meu pai. Ele era muito exigente e crítico, colocou mil defeitos e eu travei. Na época eu pensei: Mas tocar bateria ele não toca! (risos)”
“Saudade” nasceu primeiro como música, a última faixa do álbum “Metrópole”, lançado em 2021. “Era dia 31 de dezembro, um Réveillon atípico, sem fogos, sem festas, um dia triste de pandemia, as pessoas tristes pela perda de seus entes queridos. Lembrei dos meus pais, do meu irmão Marcos, que perdi quando criança (ele morreu com três anos). Saiu dali a inspiração”.
O processo de criação do roteiro teve emoção, lágrimas e sentimento. Com a parceria da produtora REC Design, ilustrações e story-board de Victor Tufani e motion design de Cinthia Rosa, “Saudade” levou quatro meses de produção. E com o sucesso da estreia, Alfredo já tem novos planos: “Escrevi um curta-metragem para ser feito com atores, e terminei um novo roteiro nos mesmos moldes de “Saudade” animação, trilha sonora e história sem diálogos.”
Uma coisa é garantida: não faltarão boas trilhas sonoras para os filmes!
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