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Banal, “Larry Crowne” não tem razão de ser

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Aconteceu de verdade e o próprio quem contou numa entrevista: O ator Tom Hanks estava abastecendo seu carro num posto, nos EUA, quando um casal se aproximou dizendo que eram fãs do seu trabalho, mas que não haviam gostado do filme Larry Crowne, escrito, dirigido e protagonizado por ele. Prontamente, o ator tirou da carteira os U$ 25,00 que os fãs haviam gastado nas entradas, e devolveu a eles.
Esse episódio diz muito sobre o lançamento do astro Holywoodiano, aqui (desnecessariamente) traduzido como Larry Crowne – O Amor está de volta.

O filme conta a “parábola” de Larry, um sujeito boa praça que trabalha feliz em um grande supermercado. Divorciado e solitário leva um baque quando é demitido do emprego. Para dar a volta por cima, uma vez que o principal motivo de sua demissão seria a falta de uma formação superior, ele se inscreve numa faculdade comunitária, justamente onde uma professora (Julia Roberts), que está em um casamento claramente fracassado, dá aulas sem a menor motivação. Claro que isso cria oportunidade previsível para o cinema de gênero.

Segunda vez que se arrisca na direção (antes, dirigiu o solar The Wonders), Hanks erra feio nessa tentativa de fazer uma libelo romântico sobre a recessão social dos EUA. O filme é tão banal que chega a ser chato. E nem o interesse romântico entre ele e Julia (que não pode fazer muito além de sua caro de anfado, que desconfio ser legítima) engrena, dada a sonolenta atmosfera criada pelo apático roteiro. A mensagem propositiva poderia até ganhar algum significado se fosse embalado por uma história mais envolvente, ou carismática. Qualquer novela das seis consegue ser mais sagaz que aquilo tudo. E o fracasso de bilheteria comprovou isso. Hanks escreveu junto com Nia Vardalos, que parece que nunca conseguiu escrever nada que preste desde o fenômeno Casamento Grego. Não há carisma, não há sentido, não há sustentação dramatúrgica. Só há um claro desperdício de talentos e a certeza de que os anos 2000 não estão sendo nada bons para os outrora rentáveis astros do cinema americano.

[xrr rating=2/5]

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