FORD VS FERRARI
Uma indicação equivocada e que demonstra o poder do marketing da Disney no Oscar. É um bom filme que tem alguns problemas em seu desenvolvimento, sobretudo numa infantilização inadequada numa obra biográfica.
JOJO RABBIT
Vamos dizer que o diretor Taika Waititi seja melhor que seu filme. Não que a indicação seja injusta, ou que o filme não seja meritoso, mas se é ótimo como sátira do Holocausto, derrapa quando precisa equilibrar essa visão com o drama dos fatos. Mas Waititi é um grande diretor e o filme só potencializa seu nome.
ADORÁVEIS MULHERES
Greta Gerwig pega um clássico que dialoga muito com o presente e adapta seu discurso sem nunca prescindir da essência da história. É uma indicação protocolar, como sempre vemos num Oscar, mas reconhece o valor de um diretora cada vez mais sólida.
ERA UMA VEZ EM… HOLLYWOOD
Talvez o filme que melhor represente a devoção de Quentin Tarantino ao cinema. Isso o torna potente, mas também excessivo demais. Quando reconecta a paixão com a história que quer contar, o resultado vira uma experiência. E o final é aquele Tarantino na veia que a gente tanto gosta.
O IRLANDÊS
Martin Scorsese é um gênio. E sua genialidade nem sempre resiste ao peso de sua pretensão. Com um elenco espetacular, O Irlandês carrega o esforço nítido de ser uma saga. Mas Scorsese nunca desperdiça uma grande história e seus efeitos são bem maiores que seus pecados.
HISTÓRIA DE UM CASAMENTO
A previsibilidade de uma crise conjugal só é quebrada quando a humanidade extraída é maior que sua idealização. Noah Baumbach amadurece sua própria linguagem ao apenas observar a complexidade de uma relação vista dolorosamente por dentro.
CORINGA
São vários os fatores que tornam Coringa um dos melhores filmes do ano. Mas é na acepção brilhante da direção de Todd Phillips sobre a interpretação seminal de Joaquin Phoenix que o filme mais se justifica. Sua inteligência reside em prescindir da mitologia para buscar entender do que ela é feita. Brilhante!
1917
O diretor Sam Mendes pode querer enxergar o filme como uma homenagem póstuma ao avô, mas resulta numa verdadeira aula de cinema sendo o ínterim entre o absoluto êxito técnico e um alcance de grandeza emocional. Não se sai imune de 1917…
PARASITA
O melhor filme do ano e no Top 5 dos melhores da década. Apenas isso já o gabarita ao Oscar principal. O gênio Bong Joon-Ho estabelece uma parábola sobre o extrativismo social num amplo exercício cinematográfico, observando comentários sociais de forma cáustica e banhada a ironia fina como só o bom e raro cinema pode proporcionar. Não há filme melhor que esse entre os indicados.
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