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Crítica: "Homens, Mulheres e Filhos" compartilha retrato virtual como vida real

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O diretor Jason Reitman é um talento que a cada novo filme exala um frescor, primeiramente, visual e, consequentemente, humano de seus olhar, sempre tão astuto. Seu novo filme, Homens, Mulheres e Filhos é um exemplo cabal dessa primeira habilidade, mas trepidante na segunda. Baseado no livro homônimo de Chad Kultgen, a história acompanha o dia a dia (inteiramente) conectado de cinco adolescentes e suas respectivas famílias. O intuito – do livro e do filme – é justamente buscar ressonância entre as novas configurações comportamentais trazidas pela internet e a pessoalidade por trás dos que estão imersos nessas mudanças, ou seja, todos nós.
Com um bom elenco de jovens atores (com destaque para Ansel Elgort) dialogando de igual com veteranos (Jennifer Garner, Adam Sandler e narração de Emma Thompson), o roteiro até constrói bem seus cinco “núcleos”. A expertise de Reitman conta muito para que tudo funcione habilmente, com esperta interação gráfica para ilustrar os ícones de redes sociais, a fotografia delicada frente a essa “modernidade” e a trilha sonora bem escolhida.

No entanto o filme peca no discurso. Se o intuito era fazer um (pertinente) retrato comportamental através do advento inescapável da tecnologia, soa muito ingênuo da parte do roteiro imprimir um juízo de valor sobre isso. Acaba que a internet aqui é demonizada na convergência social dos personagens. E só. Não há nuances. O filme acaba virando um amontoado de símbolos da questão, quando tinha potencial para uma representação mais ampla e humana do que é mostrado. Ainda bem que o verniz de Reitman está presente para nos distrair. Aliás, nada mais conivente ao tema que uma estetização usada como distração.

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