Não é exagero dizer que o Brasil vive um momento favorável no setor de animação. Antes mesmo de O Menino e o Mundo despontar no Oscar de Melhor Animação. Perlimps foi uma jornada de 9 anos do diretor Alê Abreu, do citado indicado ao Oscar, que está rodando festivais pelo mundo, incluindo o Festival do Rio 2022.
A trama de passa em uma floresta mágica, onde Claé e Bruô são pertencentes a reinos animais rivais, um do Sol e um da Lua. Mas chega o momento em que a floresta é ameaçada pela ação dos “gigantes”, e para salvá-la os dois precisam achar os Perlimps, os únicos que podem ajudar a deter a força maligna que poderá destruir o local. Além dos reinos diferentes, Claé e Bruô possuem personalidades muito opostas, contudo terão que se cooperar nessa missão, que os leva a descobrir que não é apenas a floresta que os une.
Mais uma vez Alê nos brinda com um belíssimo trabalho de animação unindo minimalismo com sofisticação, além do tema ecológico que lhe é tão caro. O longa foi produzido por Laís Bodansky e seu marido Luis Bolognesi, que foi realizador da animação “Uma História de Amor e Fúria”.
Há algumas semelhanças com sua animação mais famosa, com momentos sem diálogos que a ação fala por si. O trabalho de luz é impecável e o traço bastante expressivo. A técnica utilizada é o imbatível casamento do desenho 2D com o 3D, que serve para realçar algumas formas e auxiliar no efeito de profundidade em determinados momentos. O uso das cores é outro ponto que merece destaque, exibindo uma marcante paleta.
O elenco de dubladores traz Giulia Benite, mais conhecida como a Mônica live-action e o ator-mirim. Há também uma bela participação de Estênio Garcia.
Perlimps é artesanal, mas também tecnológico, dialoga com o passado e também com a nova geração, e mostra o quão o mercado exibidor e a indústria cinematográfica nacional precisam olhar com mais atenção para as nossas animações.
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