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Festival do Rio: “Alguma Coisa Assim” e a narrativa de uma relação

Um dos últimos filmes da Première Brasil do Festival do Rio 2017, Alguma Coisa Assim, é o novo trabalho de Esmir Filho (sim, o mesmo do delicado Os Famosos e Os Duendes da Morte), agora com a diretora Mariana Bastos. Trata-se de um continuação ou de certa forma um híbrido do curta homônimo de 2006 (premiado em Cannes), onde a narrativa paraleliza três momentos da relação de dois amigos de adolescência, Caio (André Antunes) e Mari (Carolina Abras), que mistura afetividade, atração e passionalidade.

Investir nessa trajetória se revela interessante para mostrar o quanto os sentimentos vão crescendo, amadurecendo e se confundindo. A trama desemboca em Berlin, onde Mari está morando e Caio vai fazer uma especialização, e nesse lugar onde os dois estão longe de tudo que a relação chega ao paroxismo, que eclode questões da homossexualidade dele e carência afetiva dela.

A dupla filma essa montanha russa de emoções com muita intimidade – um dos destaques do filme é uma intensa cena de briga deles, muito organiza e bem filmada – e isso alcança a medida que o filme precisa para ir além da previsibilidade. Em algumas cenas, como a do sexo na natureza, nota-se a mão onírica de Esmir. A visão de uma São Paulo do passado em contraste com o presente também é destacada. Alguma Coisa Assim complementa e amadurece o universo do curta. O resultado é simpático, e o filme não ambiciona nada além disso.

Cotação: Bom

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