Com uma “indústria” ainda em desenvolvimento, o cinema brasileiro ainda pode ser refletido por uma premiação de viés tão democrático como o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2015.
Em sua décima quarta edição, a festa agregou valor de memória afetiva a região da Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro, onde fica o Cine Odeon (que depois de uma dramática reforma foi rebatizado como Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro), e consagrou O Lobo Atrás da Porta, um dos melhores filmes da safra recente, levando sete troféus Grande Otelo. A noite reservou uma homenagem ao cineasta Roberto Farias (Assalto ao Trem Pagador), além de lembrar do centenário do grande ator que dá nome ao troféu que o representa.
A dinâmica de apresentação foi feita através de encenações, num set montado em cima do palco, mas o grande destaque da noite foi mesmo o valor do cinema em premiações assertivas e até surpreendentes como o duplo agravamento de Melhor Ator para Tony Ramos, por Getúlio, e Babu Santana, por Tim Maia. Getúlio aliás, era o filme com o maior número de indicações (14) e deixou a noite com quase todos os prêmios técnicos. Brincante foi eleito o Melhor Documentário e, na curiosa categoria Melhor Longa Metragem de Comédia, saiu vencedor Os Homens são de Marte… É para lá que eu vou. Um noite de boa reflexão sobre o papel artístico e mercadológico do cinema brasileira em seu próprio contexto.
VENCEDORES – GRANDE PRÊMIO DO CINEMA BRASILEIRO 2015