Acredite! como cinema e dentro do que se propõe, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é um dos filmes mais completos já feitos pela engrenagem norte-americana. Ou simplesmente um FILMAÇO. E não faltam superlativos a essa continuação da adaptação da HQ da Marvel de 2014. Trata-se de uma evolução consistente do próprio universo e da própria maneira como a Marvel administra seu “espólio”.
Ao confiar num diretor novato e cheio de ideias frescas (como tem feito até em outras de suas franquias, como Capitão América 2: O Soldado Invernal), o estúdio oxigena seus produtos e os revigora como gênero. James Gunn, que volta nessa sequência, tem a medida certa do senso de humor, adensamento dramático e catarse musical para potencializar uma história. E esse filme é de uma competência absurda ao condensar isso tudo na trama. Tanto que suas mais de 2 horas passam que nem percebemos, completamente envolvidos na narrativa hilária, persuasiva e, por incrível que pareça, emotiva, cheia de surpresas dramáticas certeiras.
Para quem conhece um pouquinho mais de construção de roteiro, repara o quão habilidoso é o uso de seu desenvolvimento, desde o início. Na trama, os guerreiros viajam ao longo do cosmos e lutam para manter sua nova “família” unida. Enquanto isso tentam desvendar os mistérios da verdadeira paternidade de Peter Quill (Chris Pratt). Claro que o carisma do elenco ajuda. Pratt é um amuleto. Sua persona domina os filmes que faz e aqui encontra seu paroxismo. O restante do elenco também (Zoe Saldana ainda por cima está deslumbrante, mesmo em sua indumentária verde).
Guardiões da Galáxia em si é um quadrinho bem escrito e com bons personagens. E poderia escrever umas duas laudas só sobre a força do Baby Groot (Vin Diesel), um achado para a História do cinema (vai por mim!). E para fechar com chave de ouro, Gunn ainda estrutura toda a dramaturgia de seu filme em cima de uma cuidadosa trilha sonora, que pontua exatamente o desenvolvimento dos seus personagens. Ou quando você imaginaria que musicas de Cat Stevens e do Beatle George Harrison estariam contextualizando um roteiro da Marvel? Mais ainda: usa em momentos-chave a obra-prima do Fleetwood Mac, “The Chain“, uma das músicas mais incríveis do grupo.
Guardiões da Galáxia Volume 2 é um filme completo por equilibrar muito bem suas necessidades dramáticas, com efeitos visuais efetivos e ainda ser um blockbuster bem “americanão” na essência. Uma aula de cinema para as massas sem banaliza-las. E ainda dá para sair do cinema refletindo sobre o sentido de família. Reflexão, competência, completude, Marvel. Tudo na mesma linha? Para você ver como os super poderes alcançam até o lado de cá da tela…
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