Filmes

“Não Sei Como Ela Consegue” e sua síndrome de Malu Mader (!) …

Compartilhe
Compartilhe

Ok, Não Sei Como Ela Consegue é mais um típico filme “mulherzinha” (leia-se, que compreende os anseios femininos, geralmente baseados em livros do gênero que venderam como água… para elas!). Mas aqui eu acrescentaria que a produção, dirigida por Douglas McGrath, assim como sua protagonista, a carismática Sarah Jessica Parker, são formatados pela “síndrome de Malu Mader”. Explico…

Vamos a trama: o filme baseado (não disse?) no best-seller da escocesa Allison Pearson, acompanha nossa protagonista, que vive as desventuras da mulher moderna que, além de cuidar dos filhos e do marido (Greg Kinnear, um charme), precisa manter uma carreira de sucesso como executiva financeira. Sua personagem, Kate, concilia vida profissional e pessoal de forma invejável, mas ainda assim sofre com pressões de todos os lados: dos homens, que veem a maternidade como um impecilho profissional, e das mulheres na escola dos filhos, que consideram o trabalho como um impedimento à educação dos filhos (ela tem dois: uma pré-adolescente e um simpático bebê de dois anos).

O diretor parece tentar fazer o possível para fugir do lugar comum do gênero, e para isso se vale de “depoimentos documentais”, grafismos e o artifício de congelamento de cenas para um discurso engraçadinho, mas o filme acaba por se impor pela DNA. E nisso, a escalação de Sarah é mais do que perfeita: tanto ela quanto a produção em si nada mais são do que um exemplar cinematográfico da síndrome de Malu Mader. São bons, funcionam que é uma beleza, mas não passam disso… Não mudam, não buscam uma retórica para além do lugar comum…

O roteiro de Aline Brosh McKenna torna tudo muito representativo, mas pouco orgânico. E ainda não impede que sua visão (claro) feminina institua-se por todas as situações e personagens da história, o que deixa tudo um pouco inverossímil. Por outro lado, como quase sempre ocorre em filmes do gênero, a trilha sonora é deliciosa, indo dos clássicos e imbatíveis Bill Whiters e Betty Everett aos novos e arrojados como Jason Domato.

Não dá para dizer que o filme não diverte (possui um bom elenco de coadjuvantes) e a audiência feminina vai se identificar bastante com sua mensagem pós moderna. Tudo muito bem embaladinho, engraçadinho e muito bonito de ver (New York, vinhos, neve…) mas mais do mesmo e com uma constante sensação de deja vu… Ué, mas não estamos falando da atriz Malu Mader? Sempre a mesma coisa, mas boa a beça de se repetir…

[xrr rating=3/5]

Compartilhe

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sugeridos
CríticasFilmes

“Vitória” se apoia na força da atuação de Fernanda Montenegro

Ter uma atriz com a história de Fernanda Montenegro, do alto dos...

FilmesNotícias

Village Roadshow, produtora de Matrix e Coringa, declara falência

A produtora americana Village Roadshow Pictures, que realizou filmes como “Coringa” e os quatro longas...

CríticasFilmesLançamentos

O Melhor Amigo: um musical alto-astral

Em 2019, quando “Pacarrete” conquistou os corações e os prêmios em festivais...

CríticasFilmesLançamentos

Parthenope: Os Amores de Nápoles

Juntas, elas têm 26 Oscars de Melhor Filme Internacional. Itália e França,...

CríticasFilmesLançamentos

“Máquina do Tempo” muda o rumo da História com narrativa ousada

Se você gosta de História tanto quanto eu, já deve ter se...

AgendaFilmes

CAIXA Cultural Rio de Janeiro recebe mostra gratuita da cineasta Paula Gaitán

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, entre os dias 6 e...

FilmesPremiaçõesVideocastVideos

Por que Fernanda Torres perdeu o Oscar?

O Brasil está em festa pela vitória de “Ainda Estou Aqui” no...

FilmesNotíciasPremiações

Oscar com vitória inédita do Brasil leva clima de Copa do Mundo ao Carnaval

Foi uma situação atípica no último domingo (2). Um Oscar no meio...