Num ano que o cinema luta para se recuperar da pandemia, umas das grandes produções do ano é uma aventura épica que faz uma curva no formato blockbuster e carrega forte viés teatral. Trata-se de “O Homem do Norte”, ou The Northman no original, a saga de um jovem viking (vivido por Alexander Skarsgård) que dedica sua vida para vingar suas crenças.
A trama se inicia com o rei Horvendill (Ethan Hawke), que ferido em combate se torna presa de sua própria família e acaba sendo brutalmente assassinado pelo irmão, que tenta também acabar com seu sobrinho sem sucesso. Vinte anos depois, o jovem Amleth se torna um guerreiro viking forte como um urso que, após se encontrar com uma vidente, decide cumprir seu destino e ir atrás de seu tio para vingar a morte do pai, salvar sua mãe e recuperar seu lugar de direito.
Em O Homem do Norte, o diretor Robert Eggers – de A Bruxa (2015) e O Farol (2019) – resolveu embarcar numa aventura épica reimaginando um conto viking de forma inédita no cinema, com uma beleza fotográfica de espantar e uma narrativa visual que remete ao teatro, numa homenagem ambiciosa à peça Hamlet, obra máxima de Shakespeare.
Como resultado O Homem do Norte é um deleite visual, não somente pela caracterização do passado, mas também pela forma com a qual o cineasta – auxiliado pela direção de fotografia de Jarin Blaschke – invoca a natureza em cenas belíssimas que fazem parte do filme com importância de um protagonista.
O ator Alexander Skarsgård, que fez sucesso com a série True Blood, foi a escolha perfeita e parece ter nascido para interpretar o grande guerreiro. O filme também aproveita muito bem as atuações de Anya Taylor-Joy, o sempre genial Willem Dafoe, Björk, Nicole Kidman e Claes Bang. Ainda assim a grande estrela do filme é o diretor Robert Eggers, que consegue realizar um trabalho singular em meio a tantas produções ‘mais do mesmo’ que assolam o cinema e as plataformas de streaming. Fica a dica!
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