Se temos a percepção sobre a natureza selvagem do nosso sistema educacional, notamos que todo ele é voltado único e exclusivamente para a atividade fim, que é o vestibular, concurso que o aluno só vai prestar no final do último ano de sua vida escolar. Em “Primeiro Ano”, temos o olhar francês sobre como os alunos se preparam para entrar na faculdade de mais difícil ingresso, a de medicina.
Nesse caso, acompanhamos a vida de dois estudantes Antoine (Vincent Lacoste), que presta as provas pela primeira vez e tem muita facilidade para aprender, mas é leniente com os estudos e Benjamin (William Lebghil), que está no seu terceiro ano tentando entrar na faculdade, que é o seu maior sonho, mas seus resultados não são satisfatórios, daí eles se unem para ajudar um ao outro a se sair bem no processo.
Durante o filme vamos descobrindo como funciona o sistema francês de admissão na universidade, no qual o conteúdo programático exige assuntos específicos da área, mas em um nível de conhecimento já de ensino superior, com disciplinas que não fazem parte do processo curricular de quem vai prestar o curso em especial.
Algumas das cenas mais impactantes são as dos dias da prova em si, em que todos os alunos que vão prestar o exame são alocados em um grande galpão com suas carteiras já posicionadas, locais marcados que os alunos irão se sentar e o número igualmente grande de pessoas que trabalha nesse processo (seja de inspetores de provas até uma comissão julgadora presente para qualquer caso que seja necessário). Quando a câmera faz a panorâmica por cima dos alunos e vemos a grandiosidade da cena é de ficarmos chocados e ao mesmo tempo tensos por quem está prestando a prova.
Apesar do tema, “Primeiro Ano” é muito leve, com boas cenas de comédia, que aliviam o espectador da situação tensa em que os personagens se encontram. Importante frisar que diferente das comédias americanas que tratam sobre esse assunto, não são mostradas situações absurdas e inverossímeis, como o personagem que passa o tempo todo de tela sem encostar no livro e passa no exame apenas estudando na véspera. E nem vemos picardias juvenis. É um filme que mostra a sério como é o sistema educacional francês, mas sem abrir mão do humor.
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