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Os catadores do nosso “Lixo Extraordinário” – Quem vive do nosso lixo? Parte I

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Como começar um artigo sobre “Lixo Extraordinário”? Uma coprodução entre Brasil e Inglaterra, indicado ao Oscar 2011 de melhor documentário e que, curiosamente, se tivesse ganhado não seria a primeira estatueta brasileira, como muitos pensavam, uma vez que a Academia só considerava a direção inglesa de Lucy Walker.

Está decidido! Seguirei a sequência do próprio documentário, a fim de resgatar as sensações que ele traz, uma a uma, ao longo do filme. Este artigo terá 2 partes e na segunda falarei também a respeito da exposição de Vik Muniz, Relicário, que aconteceu no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, de 01/03 a 24/04.

Vai Começar: Após os clássicos e indispensáveis patrocínios que aparecem sempre sobre um fundo preto no início dos filmes brasileiros, ouve-se uma vinheta muito conhecida e surge Jô Soares, fazendo a tradicional apresentação de seus convidados:

“Ele é, sem dúvida, um dos maiores artistas plásticos da atualidade e dá vida ao lixo, abusa de matérias primas inusitadas e tem arrastado multidões para suas exposições. Vik Muniz, venha para cá!”

O artista plástico brasileiro é um dos idealizadores do projeto de transformar lixo em arte com os catadores do maior aterro da América Latina, o Jardim Gramacho, localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro, no município de Duque de Caxias. Famoso por realizar obras a partir de materiais não convencionais, Vik Muniz parece ter descoberto sua verdadeira particularidade como artista em algum momento de sua carreira. O que dá uma impressionante dose de sentimentalismo a suas obras é o seu próprio envolvimento com causas sociais, não em um sentido militante, mas sim humanitário, relacional, envolvente.

Seu primeiro trabalho envolvendo materiais com os quais as pessoas lidavam em seu dia-a-dia foi Crianças de Açúcar. Vik tirou fotos dos filhos dos colhedores de cana de açúcar do Caribe e as reproduziu utilizando o próprio açúcar ao invés da tradicional tinta, tal qual ocorre com “Lixo Extraordinário”, onde os catadores de materiais recicláveis do aterro do Jardim Gramacho reproduzem suas fotos utilizando o lixo como matéria-prima.

É, fundamentalmente, o material com o qual é feita a obra de Vik Muniz que a torna especial, inteligível tanto para um intelectual, quanto para aquelas pessoas envolvidas, de certa forma, com o material. No filme, Vik Muniz vem ao Brasil com o propósito de passar dois anos de sua vida realizando este projeto com alguns catadores do Jardim Gramacho. Então, neste momento é que descobrimos personagens fantásticos, complexos, ricos que existem e resistem em meio a todo aquele lixo do maior aterro da América Latina.

Sebastião Dos Santos, o Tião, é o líder da Associação dos Catadores do Jardim Gramacho (ACAMJG) e afirma ter aprendido muito sobre liderança com Maquiavel, quando achou “O Príncipe” jogado em todo aquele lixo e resolveu ler. “Alguns vêem papel, outros vêem livro”, diz Zumbi, membro do Conselho Deliberativo da ACAMJG, ao se referir a centenas de livros que encontra no meio do lixo. Zumbi tem um sonho de montar uma biblioteca para a categoria de catadores lá mesmo no Jardim Gramacho. Isis, que depois do filme participou do quadro Agora ou Nunca do Caldeirão do Huck, sonhava em sair do lixão e ao longo do filme conta a trágica história que a trouxe até aquele lugar. Suélem, uma menina de 18 anos na época, trabalhava para sustentar seus dois filhos e um terceiro que estava para chegar. Ela trabalhava desde os 7 anos de idade no lixão e tem muito orgulho de ser catadora.

Estes catadores e todos os outros personagens escolhidos no aterro do Jardim Gramacho por Vik Muniz representam figuras fortes que se deixaram envolver pela arte, transformaram a si mesmos e foram os responsáveis pela transformação do próprio Vik, que também foi vítima de um fazer artístico mais humano, mais comunitário, mais interacional e igualmente ou ainda mais belo que o convencional.

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=9F23GMckNIg[/youtube]

Continua…

 

  • oi este filme e muito bom fala sobre catadores de lixo e o filme e sobre catadores de lixos eu me chamo andressa tenho 11 anos eu tenho ploblema no olho eu tenho cancer no olho eu adoro as minhas amigas principalmente a fernanda. beijossssssssss da andressa e fernanda.

  • aproveito a oportunidade para dar parabens a todos do filme; e pensar que tem gente que reclama de tão pouco.desejo sorte a todos de coraçao…

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