Se você acha que viver em família não é fácil nos dias de hoje, tente imaginar como era há milhões de anos atrás. Difícil, né? Pois os diretores Chris Sanders (de “Como treinar seu dragão”, “Lilo e Stitch”) e Kirk De Micco (de “Space Chimps – Micos no Espaço”) partiram dessa premissa para fazer o mais novo lançamento da Dreamworks, já consagrada com as franquias de “Shrek” e “Madagascar”: “Os Croods”.
A história, inicialmente, é contada sobre o ponto de vista da filha mais velha da família Crood, Eep. Como muitas adolescentes atuais, ela está cansada da rotina que, no caso dela, é de sair somente para caçar e ter que voltar correndo e se esconder na sua caverna. A razão disso é porque o seu pai, Grug, traumatizado com a morte de seus vizinhos de várias maneiras por causa do ambiente hostil em que vive, decidiu que o medo é uma coisa boa e que o novo é algo ruim, algo que a maioria de sua família, como a esposa Ugga e os outros filhos, Thunk e Sandy, segue sem maiores reclamações. Já a Vó, como boa parte das sogras, implica com qualquer coisa que o genro faz.
Mas as coisas começam a mudar quando um grande terremoto destrói a caverna onde vivem e Eep conhece o descolado Guy. Sempre acompanhado de seu bicho preguiça Braço (responsável por alguns momentos engraçadaos do filme), o rapaz convence os Croods a seguirem numa jornada em busca de um novo lar. O problema é que Grug não gosta nada do forasteiro, que além de ter ideias inovadoras e divertidas (que o deixam como bobo e antiquado), ainda faz o coração de Eep bater mais forte. Para não ficar para trás, o líder da família tenta mostrar que também é capaz de criar coisas. Uma das melhores piadas do filme fica por conta de suas invenções, como a “fotografia” e os “óculos escuros”.
A trama de “Os Croods” não é nada inovadora, já que guarda algumas semelhanças com os filmes da série “A Era do Gelo”, e talvez nem fosse essa a intenção de seus realizadores. O principal objetivo é fazer todos se divertirem, como uma boa Sessão da Tarde, que, aliás, é alcançado. A animação, como tem se tornado algo essencial para o mercado, é muito bem realizada. Os personagens, embora tenham traços que não são muito “fofinhos”, são carismáticos. Outro detalhe que chama atenção são os animais que aparecem durante a jornada dos Croods. Além de cores meio psicodélicas, eles têm formatos bem diferentes do que costumam aparecer em produções que tentam mostrar como era a pré-história. Quem for ver o filme em 3-D também não vai se decepcionar, pois ele foi muito bem realizado.
Infelizmente, o público brasileiro será privado de assistir “Os Croods” em sua dublagem original, já que conta com talentos como Nicolas Cage (Grug), Emma Stone (Eep), Ryan Reynolds (Guy) ou Catherine Keener (Ugga). Mas os dubladores brasileiros são competentes e fazem um bom trabalho. Assim como os diretores Chris Sanders e Kirk De Micco que, se não fazem nada revolucionário, pelo menos realizaram um bom passatempo para levar as crianças ao cinema, sem chatear os adultos. Afinal, boa parte da animação se concentra nos conflitos entre pai e filha e isso gera uma grande identidade em muitos espectadores, não importa em que época histórica isso aconteça.
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