“Os Mercenários 2” é kitsch, é exagerado… Mas tão honesto que se justifica

"Os Mercenários 2" é kitsch, é exagerado... Mas tão honesto que se justifica – Ambrosia

Há cerca de dois anos, nesse mesmo veículo, eu fiz uma resenha sobre o primeiro Os Mercenários intitulado “Com Os Mercenários, Stallone transfere para a América sua decadência”  em que identificava, na curiosa reunião de astros do passado, promovida por Sylvester Stallone, um indício de como o declínio do gênero e da própria situação política do país na época, era salutar para a propriedade do filme. Nessa sequencia, agora sob a batuta do diretor Simon West, o longa anda por si só, estabelecendo uma aura de auto sátira que, inclusive, o redime dos clichês dando lugar a uma noção de homenagem ao cinema de ação (acéfalo) dos anos 80 e 90.

Os Mercenários 2 começa com a volta de Church (Bruce Willis) como contratante da equipe de Barney (Stallone) para um novo trabalho: resgatar de um avião abatido um dispositivo que contém informações valiosas. Preparados para uma missão simples, Barney e seu time partem  para resgatar o item perdido, mas são surpreendidos por outra equipe de resgate. Sem saída, eles se vêem obrigados a entregar o item recuperado a Villain (Jean-Claude Van Damme), um criminoso russo com planos grandiosos para o valioso dispositivo. Na sequência, a equipe de mercenários começa uma perseguição (muitas vezes hilária) para impedí-lo de concretizar seus planos.

"Os Mercenários 2" é kitsch, é exagerado... Mas tão honesto que se justifica – Ambrosia

Existe uma gostosa despretensão na condução do filme que o torna ainda mais interessante de assistir, sob o ponto de vista revisionista. Toda a linearidade dramática é hiper manjada e até o posicionamento do vilão (implacável, de um bem acabado Van Damme) soa como os exemplares que tanto deu fama ao “Domingo Maior”, nas noites de domingo da Globo. E, em um tempo em que o politicamente correto anda assolando o cinema pipoca do Hollywood, chega a ser revigorante que essa reunião exale vigor e amoralidade mesmo trafegando pelos clichês do gênero. Mas dentre esses mesmos clichês existiu muita honestidade com uma espécie de estetização das limitações do tempo. Acaba que Os Mercenários 2 é um grande barato. Tudo muito kitsh, tudo muito exagerado e violento, mas também super honesto e não se levando nadinha a sério. Os heróis do passado estão quase caquéticos, mas o que nos resta na velhice além de rirmos de nós mesmos? Então, o filme é (basicamente) isso…

[xrr rating=3.5/5]
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