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Resenha: Magicka

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Plataforma: PC
Gênero: “RPG”
Selo: Paradox Games
Desenvolvedora: Arrowhead
Lançamento: 15 de Fevereiro de 2010

Magicka é o nome do novo action-RPG da Paradox Games (devo confessar um dos meus estúdios favoritos, responsável pelos melhores jogos de estratégia dos últimos anos, como Europa Universalis). O game vem surpreendendo desde o seu lançamento na última semana com o alto número de vendas. Certamente um dos principais fatores responsáveis, além de ter sido feito pela Paradox, é sua criativa campanha de Marketing, que vai na onda dos anúncios B de tele-vendas e se tornou bem popular na Internet. Fora isso, o jogo custa apenas dez dólares, que é um preço capaz de convencer quase qualquer um a dar uma olhada nele.

Enredo

Você é um Mago aprendiz que sai pelo mundo para salva-lo da destruição completa. Soa como um clichê? Bem e é! Agora pense nesse roteiro como se ele tivesse sido escrito pelo Monty Python (nem tão bom assim, mas é bem engraçado) ou qualquer grupo típico de comédia britânica. O mundo é levemente baseado na mitologia nórdica, e os personagens falam uma espécie de Sueco fictício que é bastante hilário.

Todas as coisas do cenário parecem fazer referência a cultura Nerd, com muitas citações a Star Wars, D&D, Senhor dos Anéis e etc… Tudo de forma bastante simples, este não é um jogo que você deve comprar pelo seu enredo, por mais engraçado que ele seja em alguns momentos.

Jogabilidade

Este é o ponto principal do jogo. Primeiramente acredito que seja difícil rotulá-lo dentro do gênero RPG, não existe praticamente nenhuma opção de escolha tradicional, esqueça classes, skills, evolução de personagem, dinheiro, acessórios e etc. A única coisa que você realmente pode escolher no início do jogo é a cor do seu robe.

Depois a coisa toda é bem simples, você parte em uma jornada e tem que matar todos os inimigos do caminho, bem como resolver alguns puzzles, tudo isso dependendo completamente das suas habilidades mágicas, e é nesse quesito que o jogo mostra o seu valor.

Seu mago é capaz de lançar centenas de variações de seu feitiços, todos produzidos a partir de certos elementos: água, fogo, terra, vento, eletricidade, arcano, defesa e vida. Cada um desses apresenta vantagens e características distintas, e podem ser misturados para formar novos feitiços, com até o máximo de cinco combinações em uma única magia. Cada elemento está ligado a uma tecla. O fogo é na F, escudo no E, água em Q, e assim por diante. Até cinco elementos podem ser ativados ao mesmo antes de se lançar o feitiço. Inicialmente você vai testar magias simples. Junte cinco Relâmpagos e você será capaz para desencadear um ataque de choque em cadeia. Atire com cinco “fogos” e você terá um cone maior de fogo. Uma vez que você aprenda o básico e entenda a flexibilidade do sistema, ele se torna muito gratificante.

Isto é especialmente verdade quando você se vale das várias formas de lançar magia do jogo: o auto-cast (que vai em você mesmo), ataque em área, e as opções de dano comum onde cada elemento é único (Relâmpago é um raio, Fogo um cone, Terra são projéteis e etc.). Se você usar o Escudo com o botão de auto-casting, ele coloca uma barreira transparente sobre o seu personagem. Ataque normal do Escudo coloca uma parede semicircular na frente do seu personagem para bloquear projéteis e desviar raios. Ataque em Área de Escudo faz surgir uma grande bolha sobre o seu personagem para que você possa bloquear uma área, ou para proteger seus aliados em um jogo co-op. Se você acrescenta fogo na magia, a barreira protetora é particularmente mais útil contra ataques de água ou gelo, além de causar dano a quem se aproxima. Você ainda pode imbuir sua arma de combate corpo-a-corpo com o Elemento Escudo, que permite então lançar uma barreira a sua frente, de forma similar as caudas das motocicletas de Tron. Se, por exemplo, você lançar uma combinação de escudo, gelo e arcano na forma de ataque de área, o efeito será uma barreira que causa dano (graças as explosões do elemento arcano), e torna os adversário extremamente lentos (ou os congela se estes estiverem molhados).

O que leva a uma outra questão legal do jogo, que é a interação da magia com o meio ambiente. Lançar uma magia elétrica molhado, te torna um alvo dela, sob a mesma condição lançar magia de gelo, pode lhe congelar.  E isso funciona com todo o meio ambiente, use água para passar por locais com fogo, gelo para passar por lagos ou solidificar lava e assim por diante. Além disso ao longo da sua jornada você encontra grimórios com magias únicas, isto é, as combinações dos elementos quando o grimório está aberto, geram outros efeitos (fogo, fogo, pedra, pedras e fumaça criam uma chuva de meteoritos) diferentes….

Prática e experimentação é a melhor parte do jogo. Depois de jogar bastante os dedos vão dançar com precisão sobre o teclado e desencadear curas, paredes de pedra de fogo, nuvens de chuva, convocar esqueletos e reviver companheiros caídos. Há uma lógica muito satisfatória que percorre o sistema de magia. Armazenar elementos mágicos retarda o movimento do personagem, ou seja, você não pode correr com um feitiço poderoso pronto para ser lançado. Em vez disso, você tem que reagir rapidamente quando uma ameaça aparece. O sucesso no campo de batalha é um resultado direto da habilidade pessoal, a criatividade e a cooperação.

Apresentação

Com gráficos cartunescos e simples, não há nada que comprometa o jogo neste quesito. As vozes também são muito bem dubladas e o idioma fictício bem divertido. Mas realmente não existe nenhuma característica marcante neste quesito. A trilha sonora é coerente e os efeitos das magias são muito bem desenvolvidos, ainda mais considerando as centenas de variações. Ainda sim, é um trabalho bem legal para um jogo de dez dólares.

O principal problema de Magicka é que na semana de lançamento ele vem apresentando um número muito grande de bugs…. A Paradox parece disposta a consertar isso, tendo em vista que saem patchs de correção quase todos os dias, e que estes vem melhorando significativamente a grande quantidade de erros apresentados inicialmente.

O jogo permite que até quatro jogadores participem, tanto online quanto localmente, mas é quase impossível tornar o jogo controlável em um joystick, graças a infinidade de botões de magia que ele apresenta. O modo online é um que tem recebido melhorias, pois era quase impossível de jogá-lo direito.  É uma pena que um jogo tão divertido parece ter sido lançado antes de estar finalmente pronto. Mesmo assim, devo recomenda-lo, ele vale muito a pena pelo seu preço e acessibilidade (está disponível via Steam).

Apresentação: 3.5/5
Enredo: 3/5
Jogabilidade: 4/5
Fator Replay: 4/5
[xrr rating=3.8/5]
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