Sinopse: Leif tem uma única ambição: tornar-se o melhor lutador da famosa Arena 13. Lá, os espectadores apostam em qual lutador vai derramar sangue primeiro. E, em ajustes de contas, apostam em qual lutador vai morrer. Mas a região é aterrorizada por Hob, um ser maligno que se deleita torturando a população e exibe o seu poder devastador desafiando combatentes da Arena 13 a lutas até a morte, quando bem entende.
E isso é exatamente o que Leif quer, pois ele conhece bem os crimes de Hob. E, no cerne da sua ambição, arde o desejo de vingança. Leif procura revanche contra o monstro que destruiu a sua família. Mesmo que isso lhe custe a vida.
Posso dizer que o que sai de Joseph Delaney por aqui, em terra brasilis, já procuro de imediato. Foi assim com a série As Aventuras do Caça-Feitiço e com o conto A prisão mal-assombrada, que resenhei aqui na Revista Ambrosia, vide links. Recentemente, a Record trouxe sua mais nova incursão literária, o primeiro volume de uma nova série, Arena Treze, lançado por aqui pela Bertrand Brasil. Quando lemos a sinopse, dá pra ver de cara, clichês novelísticos, como na questão da família ser morta pelo vilão e a vingança do protagonista, mas para quem não conhece o autor, garanto que o autor consegue transpor essa máxima e superar esse terreno movediço.
Ao longo de todo a narrativa, com seus capítulos curtos, Delaney desenvolve neste primeiro volume o cenário, informando e detalhando aos leitores um pouco da história, dando uma visão geral para essa sua nova criação. A narrativa começa bem lentamente, simples, o que torna até difícil para entrarmos na história, no entanto, esse prólogo estava lá, para ambientar de palavras (tais como ‘lac’, ‘Nym “e” wurde “) a contextos das regras de luta na arena.
Uma trama simples, com muita ação e onde a violência não é contida, com cenas bem pesadas, de esfaqueamento a decapitação. Delaney enche a narrativa com pistas que conduzem a grandes surpresas ao longo do livro com uma abundância de reviravoltas inesperadas que mantẽm o leitor interessado.
Arena 13 lembra muito Jogos Vorazes (The Hunger Games) da Suzanne Collins, com os núcleos de personagens, mas que se conecta bem melhor com os leitores, apesar de serem convencionais. Mas gostei mesmo foram dos Lacs, uma abreviatura da palavra “similacrum” para os andróides que lutam nas arenas com os combatentes humanos. É especulado que eles possam ter uma consciência, mas isso não é explorado neste volume.
O protagonista, o órfão Leif, deixou terra natal, aós ganhar um ingresso que lhe permite uma iniciação para lutar na Arena 13. Aproveita assim a chance de escapar das condições miseráveis em que vive. É personagem perseverante,corajoso, que fará de tudo para alcançar seu objetivo, no entanto, também tem pontos fracos, os quais não vou fazer spoiler aqui, só digo que irão amadurecer o jovem de treze anos. O autor consegue abordar as virtudes e os problemas da idade com perfeição, creio que por ter sido educador do Ensino Fundamental II, consiga atrelar aos seus jovens personagens um pouco do que presenciou em sala de aula.
Um mundo pós-apocalíptico que mistura sci-fi e fantasia, com uma miscelânea de mitologias amalgamando grego-romana, nórdica e folclórica, mas que soa original e intrigante. Delaney estabelece uma boa base para uma sequẽncia e instala uma atmosfera bastante pesada, para não dizer sangrenta. Como uma distopia, creio que o autor manteve um freio e só apresentou 40% deste universo. Hob, por exemplo, não sei o que é.
De leitura rápida, Arena 13 tem o selo de qualidade de Joseph Delaney, sem perceber terminamos as 320 páginas. Recomendo pela forma que é apresentado esse novo cenário, sangrento e ousado.
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