Nascida em Belo Horizonte, Marcela Dantés é formada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais, pós-graduada em Processos Criativos em Palavra e Imagem pela PUC Minas e especialista em Escrita Criativa pela PUC RS. Trabalhou como redatora publicitária por muito tempo, até perceber que gosta mais das palavras na literatura. Já alimentou e assassinou alguns blogs e cultiva em segredo uma pasta digital gorda de contos e outros rabiscos. No tempo livre, gerencia um escritório de design, um marido e dois cachorros. Sobre Pessoas Normais é seu primeiro livro, publicado pela Editora Patuá.
Seu livro Sobre pessoas normais trabalha de forma criativa os personagens em ações que fogem da regra-banalidade. Como vc os construiu?
Acho que o nome do livro já dá algumas pistas sobre a construção das minhas personagens. Eu tenho um costume bem antigo de observar as pessoas – me encanto pelas diferentes personalidades, manias, loucuras. Acho que todo mundo tem essa pretensa normalidade, mas no fundo somos todos complexos e um pouco loucos, que é justamente o que nos torna encantadores.
Então tentei trazer um pouco disso para a literatura, construindo personagens que são, ao mesmo tempo, banais e totalmente inesperados, vivendo situações de tensão e conflito, que podem parecer absurdas, mas que, no fundo, não são. Acho que as pessoas são surpreendentes e muito disso tem ver com a história de vida de cada uma, as situações-limite que nos aparecem quando menos esperamos. Olhando bem, é um livro comum sobre pessoas possíveis – e tudo de improvável que isso implica.
Me fale sobre como vc trabalha o subtexto no seu livro? vi várias sombras de ação não preenchida.Isto atrelado à personagens interessantes é um diferencial pra quem lê?. Torna-se mais prazeroso?
Antes de ser uma escritora, sempre fui uma leitora voraz – acho que posso dizer que esse é o único hobby que me acompanha desde menina. E, pra mim, o mais encantador da literatura é justamente o mundo de possibilidades que ela apresenta ao leitor. Acho que uma boa narrativa tem que dar espaço para que cada leitor coloque ali a sua história, sua bagagem, suas interpretações e foi isso que eu tentei construir nesse livro, um contraste entre fatos, interpretações psicológicas das personagens e um espaço em branco, que é um convite para cada leitor.
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