Bernard Shaw perguntou, certa vez, se os Estados Unidos de Edgar Allan Poe alguma vez já existiram ou se foram tão-somente elaborados pela extraordinária imaginação poética do escritor.
Autor de obra singular em seu tempo, célebre pelos contos detetivescos, de terror e de morte e pela notável obra poética, como o célebre poema “O corvo”, Poe é abordado, em “Dramaturgos, críticos e ratos: reflexões sobre o teatro em Edgar Allan Poe” (Editora UNESP), em sua faceta menos conhecida: o crítico de teatro e dramaturgo.
Jéssica Cristina Jardim discorre sobre as influências que a arte dramática teria exercido na obra e no pensamento do escritor, revisitando momentos centrais da história do teatro nos Estados Unidos e localizando a produção artística e intelectual do autor como afluente dos nacionalismos que se formam no curso do século XIX.
Em muitos momentos, a produção crítica de Poe busca responder à pergunta: afinal, como conciliar as heranças culturais inevitavelmente vindas da Inglaterra?