Música

A mídia física ainda é relevante?

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Há dez foi decretada a morte do CD. Com o advento do download na internet e o lançamento do iPod, tocador de mp3 da Apple que se tornou sinônimo dessa tecnologia, acreditava-se que o disco físico estaria extinto até o ano 2010. As previsões se equivocaram um pouco.

Agora em 2013, veio uma notícia que pode, desta vez sim, significar a morte dos disquinhos: o aumento nos rendimentos da indústria fonográfica em 2012. Sim, foi um crescimento de 0,3%, mas foi um avanço, que foi puxado, na verdade, pelos serviços de música digital, como downloads pagos e assinaturas de sites como Spotify, onde pagando uma taxa mensal pode-se ouvir de tudo e em streamming, sem precisar sequer baixar. Em alguns países, como os E.U.A e Alemanha, é daí que vem mais de 50% dos lucros da indústria da música. No setor de home vídeo a história é bem semelhante; o Netflix praticamente aposentou as videolocadoras nos E.U.A e fez cair bastante o faturamento do varejo. Assim sendo, pode-se falar em fim da mídia física?

Por enquanto não. Ainda existe toda uma geração acostumada com ela, apegada ao contato com um objeto, e muitos desses sequer sabem como baixar um arquivo da internet, e não estou falando de idosos (sério). São esses que irão garantir uma sobrevida às mídias físicas. Pode ser que durante mais dez anos CDs, DVDs e Blu Rays ainda sejam relevantes. Mas depois disso não irão propriamente desaparecer. Irão apenas perder a importância, servindo apenas como souvenir, peça de colecionador. Afinal de contas o “arcaico” vinil não está de volta com força total?

O grande problema para nós, amantes da música, é que com essa pulverização em números binários daquilo que costumava vir em um disco dentro de uma bela embalagem, é que, com o consumo de música mais fácil, menos dependente da compra (vale lembrar que a maioria dos downloads ainda é sempre ilegal), a indústria, visando o lucro rápido e compensatório, investe cada vez mais em artistas sem alma, pasteurizados, deixando de lado os de qualidade. O que vinha acontecendo na era do disco está se intensificando agora.

Demorou, mas parece que a indústria está de reinventando. Só falta aproveitar e inovar em uma nova forma de se investir em música, pela qualidade e não só pelo potencial de vendas

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