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Com show “bem comportado” Amy Winehouse cai nas graças do público carioca

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Apesar de alguns tropeços, Amy Winehouse mostra porque é um dos nomes mais fortes do pop feminino atual

Uma coisa é garantida: a maior parte das quinze mil pessoas que lotaram o HSBC Arena na Barra da Tijuca na noite da última terça-feira apresentava um misto de ansiedade e curiosidade mórbida em relação ao que viria a ser o show de Amy Winehouse. Será que ela vai aparecer? Vai estar bêbada ou drogada? Vai cair? Vai vomitar? Descerá do palco e sentará a mão em alguém? Quanto a isso (e também à duração do espetáculo, pouco mais de uma hora) o público saiu em tanto decepcionado. Foi um show comportado para os parâmetros da menina judia do norte de Londres que começou a cantar influenciada pelas divas do jazz e da soul music estadunidense, como Aretha Franklin e Ella Fitzgerald.

Quem abriu os trabalhos da noite foi Jannelle Monae que fez um show competente, performático com um som influenciado pelo soul, funk e  aditivos eletrônicos contemporâneos. O público reagiu bem, dançando, prestigiando, mas devido à chuva que caía na cidade e ao engarrafamento a pista ficou meio vazia durante a maior do espetáculo, mas quem estava presente prestigiou.

Às 22h40, um pouco depois do horário previsto, a banda de apoio e os backing vocals adentram o palco e logo em seguida a neodiva. Amy é retrô, não só nas influências musicais, mas no visual de cena, a começar pelo penteado sixties, passando pela coreografia de seus backing vocals. Recebida por uma palateia que parecia em transe, Amy deu início aos trabalhos com três músicas de seu aclamado Back to Black: Just Friends, a faixa título e The Tears Dry On Their Own que foram acompanhadas em uníssono pela platéia. Em cena esqueceu algumas letras, abusou do improviso vocal que por vezes chegava a atravessar o andamento da (competentíssima) banda de apoio e cada saída do palco era vista com temor pela platéia que respirava aliviada quando a cantora voltava segundos depois. Amy estava sóbria, mas andava meio cambaleante e com olhar chapado que já faziam parte da composição de personagem. Dançou, alternava empolgação com extrema apatia, tentava roubar beijos de seu vocalista de apoio e só bebeu…chá de gargarejo, para frustração de quem esperava vê-la entornando uma garrafa inteira de Jack Daniels.

Apesar de ter passado uma longa temporada longe dos palcos e enrolar um pouco no meio das músicas Amy não deixou a menor dúvida de sua potência vocal e da força de seus sucessos, provando que não foi um modismo pré-fabricado. Seu maior hit Rehab, última música antes do bis, foi cantado com a ajuda do público, que refrescou a memória da cantora. Na volta (temia-se mais uma vez que ela não voltasse), mais hits: Valerie, You Know That I’m No Good e Me and Mr. Jones. Durante a apresentação nada de rapapés. Nada de frases e frases em português nem entoação de corinhos de Ô ÔÔÔ, RIÔÔÔ. A carinhosa homenagem ao país estava na bandeira nacional estampada como cenário de palco e no traje de sambistas brasileiros dos backing vocals no lugar dos tradicionais terninhos que costumam usar nas apresentações mundo afora.

Show curto, desconcertante, imprevisível, mas espontâneo e visceral como ver Sex Pistols em 1977. Mais válido do que duas horas de show natalino de cantor decano, organizado por poderosos meios de comunicação, tediosamente mecânico e previsível.



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