Didier Guigue nasceu na França e vive na Paraíba há quase 40 anos. Nesse período, sua carreira seguiu os caminhos complementares e entrelaçados do ensino da história e estética das músicas contemporâneas (foi Professor Titular no Departamento de Música da UFPB), da pesquisa em musicologia, com ênfase nas práticas dos séculos XX e XXI (é Pesquisador no CNPq desde 1997) e da prática, tanto como compositor quanto como performer.
Foi na época em que era fagotista da Orquestra Sinfônica da Paraíba, que ele criou com colegas o coletivo experimental Uvulas Ardientes, seu primeiro projeto autoral no Brasil, ainda nos anos 1980. Após isso, dedicou-se a compor essencialmente música eletrônica, em várias das suas vertentes, quando se tornou membro do Artesanato Furioso, coletivo de práticas experimentais sediado na UFPB, no qual ele conecta computer music com performance e improvisação. Também tem produzido arte para ou com vídeo, dança e teatro, e produzido música para outros artistas locais, em particular, atualmente, Helayne Cristini no projeto “O Mar da Praia da Penha”.
Agora, ele apresenta o álbum “É Tudo Verdade”, um lançamento em parceria com o Hominis Canidae REC, onde ele resume parte dos seus 40 anos de vida no Brasil. Seja revisitando canções de projetos anteriores em novas versões inéditas ou criando novos trabalhos com participações especiais de pessoas que fizeram parte de sua caminhada.
“O álbum procura mostrar aspectos da minha produção do campo da música geralmente definida como eletrônica, porém privilegiando uma estética que absorve elementos vindos da minha bagagem erudita ou experimental”, explica Didier.
Isto pode ser visto na nova versão da canção ‘Rio das Mortes’, um dos carros-chefe do coletivo Uvulas Ardientes, que nos anos 80 mesclava elementos de música pop, rock e progressiva, mas que neste álbum, mergulha na ambiência da música eletrônica, um passeio solitário do artista e da sua máquina, como pode ser visto no vídeo do Rafa Diniz, lançado como single anteriormente. Ou em ‘Você é o Som’, meditação sonora baseada em recortes de um texto do próprio compositor. A música incorpora um breve fragmento de “Verklärte Nacht” de A. Schoenberg.
Duas faixas foram criadas dentro do experimento #30dias30beats, que tem rolado todo mês de Abril no Brasil, um processo criativo que gerou as faixas ‘Tudo Mentira’,que tem clipe, e ‘Lock.Upside.Down’, que recebe um clipe para o lançamento deste álbum, veja aqui. O trabalho ainda conta com um remix da Tribo Ethnos, projeto que Didier também fez parte, para a canção ‘Joana e os Lobos’, originalmente do álbum “A Eternidade Segundo Jeremias Vlodovstky” de 2011.
Ficha Técnica:
Composições, produções: Didier Guigue
Vozes: Taiane Ramos (2), Tarlazza Messina (1), Vant Vaz (2, 3) Bateria (3): Gledson Meira
Masterização: PeixeBoi Studio (Marcelo Macedo), João Pessoa
exceto (2): Didier Guigue.
Arte da Capa: Tarlazza Messina & Didier Guigue sobre foto de Béatrix Guigue
Produção executiva e Lançamento: Hominis Canidae REC.
Distribuição: Tratore
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