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Paul McCartney 80 Anos – Parte I: Os discos

E Paul McCartney, o eterno beatle com cara de bebê e de voz aveludada, chega hoje (18 de junho de 2022) aos 80 anos!

Verdade que a carinha e a voz já não são as mesmas e que o período com os Beatles é apenas uma pequena parte dessa história, pelo menos em questão de tempo, mas o ainda (muito) ativo Paul, o artista pop mais premiado e rico das últimas sete décadas, continua brindando o mundo com seu talento e carisma pelos palcos do mundo, para o bem da humanidade.

Seria confortável citar os 80 fatos mais marcantes na carreira de Macca (apelido de Sir Paul, condecorado pela rainha Elisabeth), as 80 canções mais famosas ou outros 80 quaisquer.

Em vez disso, publicaremos uma matéria por dia (durante oito dias) com aspectos da vida e da carreira de Paul.

Para começar, uma pequena introdução em alguns dos álbuns mais importantes lançados pelo músico em cada uma das sete décadas de atuação.

Workaholic

O talento de McCartney sempre esteve acompanhado de uma incansável mania de trabalho. Vale lembrar que o primeiro álbum dos Beatles foi gravado em uma única sessão de pouco mais de 12 horas, no dia 11 de fevereiro de 1963.

Dois anos depois, em 14 de junho de 1965, Paul comandou a gravação de três canções de estilos totalmente diferentes, sendo que uma delas se tornaria a canção mais regravada de todos os tempos.

“I’ve Just Seen a Face”, “I’m Down” e “Yesterday” foram gravadas nesse dia e nessa sequência.

Essa pegada seguiu (e segue) por toda a sua carreira. Ele passou madrugadas sozinho no estúdio para gravar as linhas de baixo das canções do álbum “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, chegava mais cedo ao estúdio para ensaiar os vocais de “Oh Darling”, do disco “Abbey Road” e gravou todos os instrumentos em vários de seus álbuns da carreira solo, além de nunca conseguir ficar longe dos estúdios.

Altos e baixos

A produção de Paul é cheia de altos e baixos. Porém, o que marca sua carreira é que os altos são praticamente insuperáveis e os baixos são realmente para serem esquecidos.

Para fazer entender a importância de Paul para a música separamos dois discos de cada década. É para ouvir com atenção e prazer;

Década de 1960

Escolher dois álbuns dos Beatles vai ser sempre uma tarefa ingrata, mas estamos falando de Paul e não vamos fugir das críticas.

Revolver (1966) — O início da fase psicodélica dos Beatles mostra um McCartney em plena forma. Nesse álbum estão canções/baladas como “Eleanor Rigby” e “For No One”, alegres e otimistas como “Good Day Sunshine” e com pegada soul, como “Got to Get You Into My Life”.

No álbum também está um dos melhores solos de guitarra de Paul nos Beatles, curiosamente na música “Taxman”, de George Harrison, que era o guitarrista soo da banda.

Vale lembrar que várias das canções desse álbum fazem parte dos shows de Macca até hoje.

Abbey Road (1969) — O último álbum gravado pelos Beatles é uma coleção de highlights dos quatro músicos. Paul brilha (como sempre) nas linhas de baixo, nos backing vocals e na “construções” do medley que fecha o lado B do álbum.

Para que só conheceu os Beatles na era do CD ou do streaming, o medley começa com “You Never Give Me Your Money” e termina com “The End”.

Década de 1970

O fim dos Beatles, o início da carreira solo e a formação de uma nova banda (Wings). Paul sofreu com as críticas, mas acabou despontando como um dos grandes da década.

Ram (1971) — Lançado como um álbum de Paul & Linda McCartney (sua primeira esposa) Ram foi massacrado pela crítica e pelos ex-companheiros de banda.

Porém, como o tempo havia de comprovar, essa má vontade com o disco era apenas um resquício da mágoa pelo anuncio do fim dos Beatles e pelos processos que Paul foi obrigado a abrir contra John, George e Ringo para poder dissolver a banda.

A verdade é que, musicalmente, é um dos trabalhos mais complexos e abrangentes de McCartney. Basta ouvir “The Back Seat of My Car”, “Dear Boy” ou “Uncle Albert/Admiral Halsey” para entender.

Band on the Run (1973) — Já com sua nova banda consolidada (os Wings) Paul partiu para a Nigéria onde gravou o que muitos consideram a sua obra-prima.

Realmente é difícil encontrar algum defeito em um álbum que tem um lado A com a sequência da canção-título, “Jet”, “Bluebird”, “Mrs. Vandebild” e “Let me Roll it”.

E, para completar, ainda tem “1985”!

PS: Difícil escolher apenas dois discos da década de 1970, mas o álbum “Venus and Mars” (1975) merece uma grandíssima menção honrosa.

Década de 1980

Os “anos quase perdidos” de McCartney, onde produziu alguns discos para esquecer, também foi a época em que lançou de um de seus três melhores álbuns e renasceu no fim da década.

Tug of War (1982) — Ainda sob o impacto da morte de John Lennon, Paul, com produção de George Martin) lançou um dos melhores discos da carreira.

Além da belíssima e emocionante “Here Today”, feita para Lennon, o álbum tem duetos com Stevie Wonder (incluindo “Ebony and Ivory”) e uma coleção de canções inspiradas e muito bem produzidas.

“Tug of War” é audição obrigatória para todos.

Flowers in the Dirt (1989) — O disco da “volta por cima” depois de uma série de álbuns pouco inspirados.

Foi esse álbum a base para a primeira turnê solo de Paul, aquela mesma que trouxe o ex-beatle para dois concertos memoráveis no Maracanã, em 1990.

O álbum marca o início da parceria com Elvis Costello e tem com carro chefe a canção “My Brave Face”.

No álbum também há uma música dedicada ao nosso Chico Mendes: “Too Many People”.

Década de 1990

Talvez a década menos produtiva de Paul que, mesmo assim, teve altos marcantes.

Flaming Pie (1997) — Mantendo a tradição de lançar ótimos trabalhos em tempos difíceis, Paul lidou com a doença que levaria a morte de sua esposa (Linda) com uma coleção de canções cheias de emoção.

“Young Boy”, “Calico Skies”, “Heaven on a Sunday”, “Used to Be Bad”, “Souvenir”, “Little Willow”, “Beautiful Night”, “Great Day”, além da faixa-título, são alguns dos muitos pontos altos de um álbum que conta com as participações de Ringo Starr, Steve Miller, além da produção de Jeff Lynne.

Run Devil Run (1999) — Após a morte de Linda McCartney, Paul decidiu cumprir a promessa de gravar mais um disco com rocks antigos.

Para isso, Paul reuniu uma banda com David Gilmour, Mick Green, Pete Wingfield, Geraint Watkins, Ian Paice e Dave Mattacks, todos nomes mais que conhecidos no cenário do rock.

Além das covers, Paul ainda incluiu algumas composições inéditas, garantindo ao álbum lugar de destaque em sua discografia.

Só pela banda já todas as faixas valem a audição.

Década de 2000

Com um casamento novo (breve e conturbado) e uma nova banda, os lançamentos de Paul foram mais espaçados, mas não menos relevantes.

Chaos and Creation in the Backyard (2005) — Um dos mais aclamados trabalhos de Paul, onde, mais uma vez, toca praticamente todos os instrumentos e faz todos os vocais, apesar da voz já dar alguns sinais de envelhecimento.

As baladas são o ponto alto do disco. A canção “”This Never Happened Before” (que faz parte da trilha do filme “A Casa do Lago”, protagonizado por Keanu Reeves e Sandra Bullock) é o ponto alto do álbum.

Para ouvir bebendo uma xícara de “English Tea”.

Electric Arguments (2008) — lançado sob o pseudônimo de “The Fireman”, Electric Arguments é pop/rock/experimental de primeira.

Um álbum como Paul não fazia faz tempo e com faixas que fizeram bonito nas suas turnês.

https://open.spotify.com/album/1MbT7Ct4YAw4MRypVTCvLq?si=5stb6_WhSDSq3a16N_gMLw

A parceria com o produtor Youth chegou ao seu ápice.

Década de 2010

A década que marcou o retorno de Paul aos palcos brasileiros desde 1993 foi também a década onde o astro voltou ao topo das paradas.

New (2013) — Marcando a volta de Paul ao seu melhor e com canções lapidadas para cair na estrada, New é a prova de que o amadurecimento de um artista, não significa a chegada ao ocaso.

É em New que Paul mostra que mesmo as mudanças em sua voz poderiam ser usadas a seu favor.

Egypt Station (2018) — O álbum que levou Paul de volta ao topo das paradas de álbuns pela primeira vez desde 1982 também marcou a oficialização do caso de amor com o Brasil.

Nele está a canção “Back in Brazil”, com clipe gravado na Bahia e que foi tocada ao vivo somente aqui.

Paul, setentão, em ótima forma!

Década de 2020

Por enquanto — repito: por enquanto — Paul lançou apenas um disco (*em duas versões) e chegou novamente ao topo das paradas.

McCartney III — Fechando a trilogia iniciada em 1970 com “McCartney” e seguida por “McCartney II”, em 1980, o terceiro volume desse “projeto solo” mostra um McCartney ainda com lenha para queimar.

Claro que a voz já não é a mesma de 1970, mas composições como “Women and Wifes” e “Deep Deep Feeling” mostram o porquê de Sir Paul estar onde está, no topo do pop/rock de todos os tempos.

Singles e parcerias

Paul sempre teve como princípio não colocar os singles em seus álbuns. Era assim na época dos Beatles e foi assim na maior parte de sua carreira.

Canções como “Hey Jude” e “Penny Lane” nunca fizeram parte de um “disco de carreira”, assim como “Live and Let Die” ou “Another Day’, mas isso é assunto para a próxima matéria.

Até lá.

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