A humanidade possuí uma história bastante sangrenta, principalmente no período colonial, onde os europeus com tecnologia muito além de outros povos utilizaram essa vantagem para escravizar e explorar a maior parte do mundo por séculos — criando os grandes problemas de desigualdade que o planeta enfrenta hoje. Abordando a questão de forma audaciosa e provocativa, o artista brasileiro Ilê Sartuzi trocou uma moeda histórica inglesa por uma falsificação no Museu Britânico, em Londres. O gesto, realizado em junho, faz parte de um projeto artístico que critica a presença massiva de artefatos estrangeiros nos museus britânicos, em sua grande maioria ‘adquiridos’ através da força e violência do período colonial.
Sartuzi, que planejou a intervenção por mais de um ano, conseguiu pegar uma moeda de prata de 1645 durante uma demonstração de um voluntário do museu. Com a ajuda de uma distração, ele trocou a moeda original por uma cópia e, posteriormente, depositou a original em uma caixa de doações na entrada do museu.
O artista documentou toda a ação em vídeo, que faz parte de seu projeto de mestrado na Goldsmiths, University of London. Segundo Sartuzi, a escolha da moeda foi simbólica, pois é “uma das poucas coisas britânicas no Museu Britânico”. Ele criticou as instituições como o Museu Britânico e o Louvre, afirmando que elas são “fundamentos de culturas imperialistas que saquearam muitos desses objetos do sul global e do mundo”.
A direção do Museu Britânico expressou desapontamento com o incidente e afirmou que notificará a polícia. “Este é um ato decepcionante que abusa de um serviço operado por voluntários, que visa dar aos visitantes a oportunidade de manusear itens reais e interagir com a história”, declarou um porta-voz do museu, que obviamente é incapaz de apreciar a ação rebelde de um jovem artista.
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