Durante o fim da década de 1990 e o início do século XXI, mais ou menos até 2005, a televisão norte-americana começou uma metamorfose que revolucionou a indústria. Os canais de TV a cabo começavam um investimento que traria séries que despontaram como as melhores já feitas, produções autorais com narrativas dramáticas, personagens politicamente incorretos e assuntos que fugissem do senso comum. Brett Martin, correspondente de uma revista especializada do gênero, chama essa revolução de “A terceira Era de Ouro da Televisão” e no livro Homens difíceis – os bastidores do processo criativo de Breaking Bad, Família Soprano, Mad Men e outras séries revolucionárias (368 pp., R$ 54), que a Aleph publicou recentemente o autor combinou uma pesquisa profunda com análise cultural e contexto histórico para relatar a ascensão dos anti-heróis.
Séries como Breaking Bad, Família Soprano, Mad Men, Dexter, The Wire e Game of Thrones mostraram ao público e ao mercado uma nova fórmula para conquistar audiência: histórias mais complexas, com personagens multifacetados e politicamente incorretos aliadas a uma produção digna de cinema. Homens Difíceis não se limita às tramas dos seriados. Mais do que isso, conduz o leitor pelos caminhos da produção, acompanhando as importantes decisões, propostas, jogadas de sorte e coincidências que levaram à gênese e ao desenrolar dos programas que marcaram as últimas duas décadas.
Entrevistando produtores, showrunners e personalidades, Martin mostra que por trás de séries extremamente bem-sucedidas estão pessoas por vezes geniais, deploráveis, inspiradoras e megalomaníacas. Mais do que apenas relatos sobre bastidores, a obra – essencial para fãs de cinema e TV e imprescindível para interessados em cultura pop – é um retrato de uma época que será lembrada como um divisor de águas na história do entretenimento mundial.
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