Uma descoberta recente trouxe à luz uma pintura de Lasar Segall que participou da infame exposição nazista “Arte Degenerada” nos anos 1930. O mercador de artes Paulo Kuczynski encontrou a obra na Europa e agora ela será exibida em São Paulo. A pintura, intitulada “Viúva”, foi considerada perdida por muitos anos, mas será apresentada ao público a partir de 19 de maio no Museu Lasar Segall, juntamente com outras gravuras produzidas pelo artista na mesma época.
De volta aos tempos do nazismo pré Segunda Guerra Mundial, a exposição “Arte Degenerada” ocorreu em Munique em 1937 reunindo obras que não se encaixavam nos padrões culturais de beleza e harmonia, incluindo trabalhos desenvolvidos no contexto de vanguardas como cubismo, fauvismo e expressionismo. O regime de Hitler confiscou cerca de 16 mil obras tidas como degeneradas, sendo aproximadamente 50 delas de autoria de Lasar Segall.
Mas quem pensa que Lasar Segall sofreu preconceito apenas pelos nazistas sem engana, aqui a imprensa brasileira da época o acusava de produzir obras de características degeneradas e de ser um agente de desagregação da cultura local. Quase um século depois fica Segall e sua obra, numa lição do passado para tempos futoros. Sua trajetória é considerada exemplar, e a exposição no Museu Lasar Segall oferece uma oportunidade única para refletir sobre a perseguição à arte de vanguarda — seja ela qual for.
Uma chance imperdível para explorar a história e a resiliência da arte de Lasar Segall.
Comente!