Joe Sacco é bastante conhecido por seu trabalho com jornalismo em quadrinhos, ficando famoso com sua obra Palestina, lançada entre 1993 e 2001, que constitui em uma série de curtas e longas histórias, algumas sobre acontecimentos vivenciados pelo próprio autor, outras dramatisações de relatos que lá ouvira sobre o conflito entre o país mulçumano e o judeu.
Quase dez anos e diversos livros depois, o jornalista retorna ao país e começa a trabalhar em seu novo quadrinho: Footnotes in Gaza (em uma tradução livre seria Notas de Rodapé de Gaza). O que esperar desta nova obra? Acredito que o resumo da editora Henry Holt seja a melhor forma de elucidar a questão:
Rafah, uma cidade na ponta da Faixa de Gaza, é um local esqualido. Pesados prédios de concreto dão de frente para vielas cheias de lixo. As ruas estreitas estão entupidas de crianças pequenas e homens desempregados. Na fronteira com o Egito, a faixa de Rafah foi reduzida a ruínas. A cidade é hoje e sempre foi um ponto envolto em conflitos amargos.
Enterrado no interior de arquivos está um incidente sangüinolento de 1956, que deixou 111 palestinos refugiados mortos por soldados israelenses. Aparentemente uma nota de rodapé em meio à longa história de matança, aquele dia em Rafah – um massacre a sangue frio ou um equívoco mortal – revelou as verdades que vieram a definir uma guerra intratável. Em uma busca para chegar até o coração do que acontecera, Joe Sacco chega em Gaza e, inserindo-se no interior da vida diária dos habitantes, descobre a Rafah do passado e do presente. Passados quinqüenta anos, sendo levada por entre uma guerra e a próxima, viva com a voz dos refugiados e das crianças, viúvas e xeiques, Footnores in Gaza captura a essência da tragédia.
Sim, a premissa do quadrinho é pesada e trágica – como dos diversos outros livros de Sacco, e é exatamente por isso que o trabalho promete ser tão marcante e tocante quanto as outras obras do jornalista.
Footnotes in Gaza deve ser lançado lá fora em dezembro, com um total de 416 péginas. Infelizmente, não há previsão para chegar ao Brasil.
Aguardo minha edição, gostei bastante do Palestina apesar de não ter comprado ainda :/
“Palestina” me fez chorar com aquele aperto no peito de coração apaixonado e desiludido.
Aguardando “footnotes”
Andrea, se você gostou tanto de Palestina, recomento Gorazde, do mesmo autor. É a trajetória de uma pequena cidade cheia de mulçumanos que ficou enclausurada no meio da área de exterminação dos sérvios; é muito tocante. O título já foi lançado no Brasil.