A imagem do cavaleiro que subjuga um inimigo é comum, e a mais conhecida destas na atualidade é, sem dúvida, a de São Jorge; e o novo quadrinho do Batman, The Batman In Barcelona: The Dragon’s Knight, se inspira exatamente neste santo para desenvolver seu enredo. Temos aqui o Crocodilo, que recebe uma lavagem cerebral orquestrada pelo Chapeleiro Louco e pelo Espantalho, e passa a acreditar que é descendente do dragão opositor a São Jorge, sendo, portanto, seu dever lutar e vencer a reencarnação do cavaleiro (que, obviamente, é o Batman). O diferencial de tudo isso, porém, é o plano de fundo da luta, a Catedral da Sagrada Família, um dos ícones de Barcelona. Agora, por que essa mudança de ares? Na cidade existe um festival dedicado a São Jorge, que poderia ser considerado uma espécie de dia dos namorados, só que com maior importância. Aparentemente, uma porradaria entre Batman e o Crocodilo é uma ótima forma de homenagear o feriado e a cidade.
O roteiro é de Mark Waid e as ilustrações do espanhol Diego Olmos (que recentemente comentou sobre o projeto), exceto pela capa, trabalho de Jim Lee.
Com a temática mundial da revista, ela não se limitará a uma estréia meramente americana, mas será lançada diretamente para quatro línguas: inglês, espanhol, italiano e, agora essa última me surpreendeu, catalão (ok, é um idioma oficial da região, mas não imaginei que a DC iria se dar ao trabalho para traduzir o material para a língua).
O lançamento irá ocorreem maio em um dos mais importantes eventos da Europa: El Salón Internacional Del Cómic De Barcelona que, apesar do nome, abrange produções de mangás à quadrinhos indies. Dá para entender a escolha do mercado quando ouvimos o comentário de Olmos: “A Espanha possui uma grande tradição de publicações e amor pelas revistas norte-americanas. Mas ela também é um mercado bastante diverso, no qual se encontra publicações de mangás, quadrinhos franceses e nacionais. O entusiasmo gerado pelo anúncio do projeto [do Batman] foi bastante espetacular, muito maior do que eu esperava, e a mídia – TV, rádio e principais jornais – o vêm noticiado. Eu nunca respondi tantas entrevistas”.
“última me surpreendeu, catalão (ok, é um idioma oficial da região, mas não imaginei que a DC iria se dar ao trabalho para traduzir o material para a língua).”
Pra mim faz todo o sentido, Di.
A DC já deu muita bola fora, mas sempre foi criadora e inovadora.
Primeiro super-herói, primeira super-heroina, primeiro time de super-herois, Watchmen, DK, Sandman, Vertigo, Animações … O mercado pode estar dificil hoje para ela nos termos convencinais, mas no termo de diferença é dificil competir. Batman, o personagem com mais possibilidades da editora e Mark Waid, o gênio geek dos HQs com uma abordagem universal (pegar personagens míticos americanos e coloca-los num ambiente reoginalista) , bem luciniano.
Ótimo furo de reportagem. Parabéns!
Daniel a gente já tinha falado sobre isso faz tempo cara :p
http://www.ambrosia.com.br/2009/04/15/artista-espanhol-comenta-projeto-com-batman/
Que a DC inova eu sei, mas não achei que os americanos iam tirar os olhos do grande umbigo inglês 🙂 Muito menos seguir para o catalão, que é uma língua não tão relevante comercialmente, então estava esperando uma postura estilo: Ahhh.. quem fala catalão fala espanhol, traduz pro espanhol que as pessoas lêem..
E, convenhamos, a DC tem uma tradição meio muquirana…
Hehehhehehehe
Mas se a idéia é exatamente ser uma revista universal, como não fazer na ligua mais regional? E convenhamos, nada é mais anti-comercial que Tarot Vertigo, e eles editaram.
rs. Sim, sim, mas eu sempre acho que americano não entende o significado de mundial…
Como assim? o Tarot Vertigo esgotou. E todo mundo continua querendo, por isso relançaram :p