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Indiana Jones… E os Vampiros Dourados?

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Eu sei o que você deve estar imaginando. Lá vem mais uma loucura no cinema para tirar dinheiro do público idiota. Mas na realidade não. Esta “loucura”, já foi lançada e não é cinema, muitos menos quadrinhos, nem mesmo video games.

Se você tem mais de 20 anos provavelmente já jogou ou já ouviu falar de Indiana Jones – Fate of Atlantis. Uma aventura gráfica que foi lançada para computador. Mas mesmo que você seja um jogador de RPG bem antigo, chances há de que você não ouviu falar de The Adventures of Indiana Jones – The Roleplaying Game publicado pela TSR (editora original do D&D) em 1984. Chances há também de que você nunca ouviu falar de seu sucessor The World of Indiana Jones lançado dez anos depois pela West End Games com autoria de Brian Sean Perry.

Então, nada mais justo, com a chegada de um quarto filme na franquia, que eu fale um pouco sobre ambos jogos.

São quase 27 anos de Indiana Jones e mais de 30 anos desde Dungeons and Dragons. É impressionante como o lançamento do primeiro RPG de Indiana Jones tenha sido tão próximo do lançamento do primeiro RPG do mundo.

The Adventures of Indiana Jones RPG foi muito bem recebido em sua época, o jogo utilizava o mesmo sistema do conhecido Top Secret (ambientação de espionagem criada pela TSR). O sistema vinha em uma caixa com D10s, com mapas, miniaturas de cartão e além disso um escudo para o Juíz (sim, eles chamavam o mestre de Juíz). A caixa era verde e com um retrato desenhado de Indy (veja ao lado), e esse uso de desenhos se expandiu para seus suplementos, o que foi ótimo para o marketing, já que era possível colocar Indy em qualquer aventura sem serem as clássicas que conhecemos (essa tática se repetiria em várias licenças dos anos 80 para jogos de RPG).
Durante o perído de franquia com a TSR, os futuros livros incluiam aventuras que precisavam de uma objeto chamado Magic Viewer para serem jogadas de maneira “solo” (sim, eu disse sozinho) o que era bem inovador dentro dos parâmetros de RPG da época e até mesmo para algumas pessoas hoje em dia. O jogo em sí é um pouco complexo de se acompanhar devido aos numerosos tipos de rolamentos (Instinto, Movimento, etc), todo disparo é preciso saber onde foi o impacto, tipos de movimento, atirando ao dirigir, etc. No final das contas lembra muito Dungeons and Dragons… Uau, por que será?
Judge's Survival PackThe Adventures of Indiana Jones teve 7 suplementos (Judge’s Survival Pack, Temple of Doom, Raiders of the Lost Ark, The Crystal of Death, The Golden Goddess, The Nepal Nightmare, The Fourth Nail). Para um jogador comum e desinformado quanto a lançamentos de livros de RPG nos EUA, sete parece ser um número grande mas acredite em mim, não é. Se considerarmos Star Wars RPG da West End Games (atenção, não é esse D20 da Wizards of the Coast), são nada mais nada menos que 50 suplementos! E é assim que você mede o sucesso de um RPG. Quase foi o caso de Indiana Jones.
Com esse estrondoso sucesso que a franquia de Star Wars fez, era uma questão de tempo que a WEG fosse tentar a sorte com outras franquias (e olha que foram muitas). Entre essas franquias temos The World of Indiana Jones que também não teve muita sorte e rendeu apenas 10 suplementos (The Rising Sun, Raiders of the Lost Ark, The Tomb of the Templars, The Lands of Adventure, The Golden Vampires, Temple of Doom, Indiana Jones Adventures, Indiana Jones Artifacts, The Sky Pirates and Other Tales, Magic & Mysticism: The Dark Continent). Estes suplementos são considerados muito melhores que os da TSR já que incluiam informações que iam muito além do que visto nos filmes, ou seja, um prato cheio para fãs das aventuras de Indy.

Temple of DoomRaiders of the Lost ArkThe Crystal DeathGolden GoddessThe Nepal NightmareThe 4th Nail

Os grandes diferenciais entre franquias eram que World of Indiana Jones você podia criar o seu próprio aventureiro ao contrário do primeiro jogo, em que você era obrigado a escolher entre os personagens da série, já que era impossível existirem dois “Indiana Joneses” (como dito no próprio livro). E além de que se precisava de um livro adicional para ser jogado, um livro base chamado de The Masterbook. Ele tinha todas as regras para o que ficou conhecido como D6 System, felizmente WoIJ tinha uma versão em caixa que não só incluia dados, como fichas, mapas, o masterbook, e um baralho de cartas que era essencial para o jogo. Esse grande número de itens que eram necessários, podem ter sido o que deu o golpe final na franquia. Simplicidade, lembrem-se disso quando criarem um RPG. Ainda assim o sistema é tão bom quanto o antigo da TSR, e existem muitos puristas hoje em dia que preferem mil vezes o D6 System do que o D20 System em determinadas ambientações.
De qualquer forma, o RPG de Indiana Jones deixa saudades ainda mais agora com o lançamento do novo filme. Vale a pena ressaltar que a West End Games nunca chegou a lançar um suplemento para Indiana Jones e a Ultima Cruzada e que uma adaptação para o quarto filme fica apenas no sonho de fãs nostálgicos dos antigos sistemas. Se você é um feliz portador de uma destas obras, não hesite de retirá-lo de sua estante empoeirada para, agora, uma aventura nos anos 50, hehe.

Correções: World of Indiana Jones em realidade foi o bem recebido, o seu antecessor feito pela TSR foi uma verdadeira lástima devido suas limitações e a falta de um sistema de criação de personagem. Star Wars teve mais de 120 livros e uma revista chamada Star Wars Adventure Journal.

The Rising SunRaiders of the Lost ArkTomb of the TemplarsThe Land of AdventuresThe Golden VampiresTemple of DoomIndiana Jones AdventuresIndiana Jones ArtifactsThe Sky Pirates and Other TalesMagic & Mysticism: The Dark Continent

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4 Comentários

  • Muito bom! Achei vocês pelo via6, sou criador da comunidade de rpg de lá. Eu ia morrer e não saberia que tinha rpg de indiana jones, mas hoje em dia não duvido de mais nada.
    Vou adicionar Ambrosia a meu blogroll o que estou vendo por aqui é muito bom, parabéns pra vocês.

  • Muito bom o artigo Salsa, um prato cheio não somente para os jogadores de RPG, mas para todos fãs da série.
    Phil, fique a vontade por aqui, é muito bom contar com leitores de qualidade.

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