Sucesso de público e de crítica, o monólogo com Raquel Penner reúne textos e poemas de Cora Coralina que falam sobre a força feminina e a alma da mulher brasileira. Com dramaturgia de Leonardo Simões e direção de Isaac Bernat, a peça propõe uma relação de cumplicidade entre atriz e plateia, com momentos intimistas e divertidos
Com vontade de montar seu primeiro monólogo, a atriz Raquel Penner começou a anotar frases, desejos e pensamentos soltos que, frequentemente, falavam sobre a força feminina e da alma da mulher brasileira. Ao reencontrar a obra de Cora Coralina, percebeu que a poesia e os contos da escritora e doceira goiana iam justamente de encontro à sua inquietação artística. Este foi o início do monólogo “Cora do Rio Vermelho”, que tem ganhado elogios de público e crítica, e agora faz três apresentações no Teatro Café Pequeno, no Leblon. Como parte das ações do projeto, haverá apresentações fechadas para escolas estaduais (informações em coradoriovermelho@gmail.com). O espetáculo tem apoio institucional do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2.
Com dramaturgia de Leonardo Simões e direção de Isaac Bernat, o espetáculo é forte e delicado, assim como a escrita da poeta. “Cora Coralina foi uma mulher múltipla e libertária. Removeu pedras e abriu caminhos para outras mulheres. Há 10 anos, tive meu primeiro encontro com ela, em uma exposição no CCBB RJ. Fiquei encantada por aquela senhora do interior do Brasil que falava firme e cantado, fazia doces e escrevia poesia, celebrava a vida e a simplicidade. Quando a reencontrei, a partir de um livro do Drummond, percebi que tudo o que eu queria dizer no palco estava ali”, lembra Raquel.
Pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, Cora Coralina (1889 – 1985) é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras. Nascida na cidade de Goiás, ela viveu mais de quatro décadas em São Paulo. Apesar de escrever seus versos desde a adolescência, ganhava a vida como doceira, e seu primeiro livro só foi publicado em junho de 1965, quando tinha quase 76 anos de idade. Escreveu sobre os lugares onde viveu, as pessoas com as quais se relacionou e a natureza que observava.
“Quando Raquel me convidou para dirigir “Cora”, meu coração se encheu de alegria. Há anos, uma das célebres frases da poeta conduz o meu comportamento artístico e profissional: ‘Todo trabalho é digno de ser bem-feito.’ E esta mesma frase também orienta o que espero e procuro oferecer às pessoas. Como bem disse Carlos Drummond de Andrade: ‘Na estrada que é Cora Coralina passam o Brasil Velho e o atual, passam as crianças e os miseráveis de hoje. O verso é simples, mas abrange a realidade vária’”, celebra o diretor Isaac Bernat.
A dramaturgia reúne passagens de sua vida e diversos poemas retirados dos livros “Vintém de cobre – meias confissões de Aninha”; “Meu Livro de Cordel”; “Villa Boa de Goyaz”; e “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais”. “A partir de um recorte sensível de obras feito pela Raquel e com a toada poética de Cora, busquei nessa abordagem teatral uma geografia de sensibilidade e memórias, uma paisagem sonora que a atriz observa e traduz a partir do simbólico quarto de escrita, mesclada aos seus fazeres de doçura”, explica o autor Leonardo Simões.
Ao longo da encenação, aparecem algumas músicas populares, unindo vozes femininas de cantoras-atrizes do cenário teatral brasileiro: Aline Peixoto, Chiara Santoro, Clara Santhana, Cyda Moreno e Soraya Ravenle. Em “Cora do Rio Vermelho” (o título se refere ao rio que banha Goiás), a atriz se torna uma contadora de histórias atravessada pelo amor e pela entrega que Cora dedicou a sua tradição e a sua gente.
Ficha Técnica
Idealização e atuação: Raquel Penner
Direção: Isaac Bernat
Dramaturgia: Leonardo Simões
Produção executiva: Clarissa Menezes
Cenografia, Figurino e Produção de objetos: Dani Vidal e Ney Madeira – Ney Madeira Produções Artísticas
Cenotécnico: André Salles
Tingimento, Bordado e Tratamento de objeto: Dani Vidal e Ney Madeira
Costureira: Aureci da Cunha Rocha
Costureira de cenário: Alessandra Valle
Pintura de arte: Paulo Campos
Carpinteiro: Paulo Sá
Montagem de cenário e luz: Wellington Fox
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Montagem e operação de luz: Bruno Henrique Caverninha
Direção Musical e Trilha Sonora: Aline Peixoto
Percussão: Fabiano Salek
Vozes: Aline Peixoto, Chiara Santoro, Clara Santhana, Cyda Moreno e Soraya Ravenle
Operação de som: Rafa Barcelos
Músicas:
“Aponte” (Lan Lanh/Nanda Costa/ Sambê)
“Maria, Maria” (Milton Nascimento)
“Simplicidade” (Jaime Alem)
Visagismo: Mona Magalhães
Direção de movimento: Luiza Vieira (cenas “Mãos” e “Todas as vidas dentro de mim”)
Intérprete de Libras: Jadson Abraão (JDL Traduções)
Fotografias e Designer gráfico: Bianca Oliveira – Estúdio da Bica
Mídias sociais e Planejamento de divulgação: Lyana Ferraz
Assessoria de Imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Realização: Núcleo de Ensino e Pesquisa de Artes Cênicas – NEPAC
Serviço
Cora do Rio Vermelho
Temporada: 14 a 28 de setembro
Teatro Café Pequeno: Av. Ataulfo de Paiva, 269 – Leblon
Telefone: (21) 2294-4480
Dias e horários: Quartas-feiras, às 19h. Apresentação de libras: 28 de setembro.
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia-entrada) e R$ 5 (APADA – Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos).
Duração: 50 minutos
Lotação: 97 pessoas.
Classificação Etária: 12 anos.
Redes: Instagram: @coradoriovermelho
Youtube: https://m.youtube.com/channel/UCayoCIzVQl0-CIpQPVRYzrQ
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