Pelo jeito, a majors HBO engrenou mesmo no mercado doméstico de produções dramatúrgicas. E em todos os sentidos, O Negócio parece ser seu modelo mais sólido, fato confirmado após sua boa segunda temporada. Ainda mais com a informação do canal de que a terceira está confirmada para esse ano. Essa notícia reafirma a solidez de seus investimentos: nenhuma outra série nacional da HBO chegou a terceira temporada (Mandrake evoluiu bem, mas depois ganhou dois telefilmes, ao invés de um terceiro ano completo).
A espinha dorsal continua a mesma: três prostitutas de luxo (Rafaela Mandelli, Juliana Schalch e Michelle Batista) investem em um modelo de negócio para gerenciar seus ofícios. Se na primeira temporada essa relação profissional foi construída, agora ela é aperfeiçoada.
Primeiro de tudo, é preciso aplaudir o fôlego que os roteiristas Fabio Danesi, Camilla Rafanti e Alexandre Soares conseguem evocar do plot original. Essa temporada foi sobre o desenvolvimento da “Oceano Azul”, e os caminhos que a vida das três vão tomando a partir disso.
É visível a evolução narrativa entre as duas temporadas. O dinamismo do roteiro vai encaixando certeiramente as personagens em perspectivas de suas vidas pessoais. Karin, pela contradição de ter vida pessoal em meio a exposição da sua vida profissional. Luna – a charmosa narradora – tendo que lidar com uma mentira dita lá no fim do último ano (talvez a subtrama mais absurda, mas muito bem resolvida no final dessa temporada). E Magali, pelo conflito de ser o que é, e se apaixonar. Neste ano também houve um aumento da participação do hilário cafetão Ariel (Guilherme Weber), rendendo ótimas cenas.
O Negócio ainda possui alguns pecados, como a plastificação “publicitária” de certas cenas – como algumas de sexo, ou as que ilustram a conjuntura das três, mas ainda assim tem feito bonito como parte da costela (tupiniquim) da HBO, com seu roteiro esperto, direção (quase sempre) cuidada e uma marca forte conseguida pela junção de suas qualidades. Que venha a terceira temporada.
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