“Orange is the New Black” não é uma ótima série. Mas dentro de sua irregularidade, é apaixonante. A segunda temporada, que veio para coroar o sucesso e a repercussão da primeira temporada, é ainda melhor, mais desenvolvida e com bons momentos dramáticos. Dramaturgicamente mais sólida, a trama sobre as desventuras de Piper (Taylor Schilling) que vai para prisão por se envolver com uma traficante de drogas, ganhou mais substancialidade ao investir cada vez mais nos personagens paralelos que gravitam o semi martírio da protagonista. Até os que envolvem a própria Piper ganharam contornos mais sinuosos, como a namorado até então paspalho e a responsável por sua prisão. Aliás esse triangulo amoroso diz muito sobre a série em si: imperfeito, mas, cheio de personalidade.
Um ganho considerável também foi a entrada de Yvonne “Vee” Parker (Lorraine Toussaint), um vilã que vai desencadeando a rotina e personalidade de várias outras detentas. Uma vilã muito bem construída, e claro, defendida com unhas e dentes pela atriz. Ainda que seu desfecho não seja dos mais criativos, é inegável que muito do brilho dessa temporada se deva a sua participação. Sua relação com Crazy Eyes (Uzo Aduba) foi o estopim para que a detenta maluquinha ganhasse profundidade, rendendo cenas comoventes. E que atriz é essa tal de Uzo Aduba, heim… Maravilhosa. Fragmentando as tramas das personagens, “Orange is the New Black” faz um interessante retrato sobre a sociedade americana, sob o prisma de suas minorias que, assim como o resto do mundo, é a grande maioria da população carcerária. Esse recorte até esvazia um pouco a fragilidade do plot principal. O gancho para a terceira temporada nem é dos mais animadores, mas ao repercutir as possíveis camadas dramáticas dos coadjuvantes, Orange is the New Black deve continuar sendo uma “novela” cretina, mas gostosinha de se acompanhar.
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