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“O Vingador do Futuro” mira “Mad Max” e resulta um tanto enfadonho

Nessa onda de remakes que anda assolando a indústria cinematográfica norte-americana, está contida uma espécie de crise criativa no mainstream hollywoodiano, que demonstra a total incapacidade dos executivos de dar vazão a ideias novas para sua própria sobrevivência. Vários filmes icônicos das décadas de 70 e 80, alguns estrondosos sucessos, outros fracassos marcantes, vêm ganhando adaptações para o público teen dominante nas bilheterias ianques. E, claro, esse “sintoma” já nasceu desgastado.

Vejam como exemplo esse “novo” O Vingador do Futuro, que “atualiza” o clássico de 1990, dirigido por Paul Verhoeven, protagonizado pelo astro (insuperável na época!) Arnold Schwarzenegger e com Sharon Stone, fazendo uma personagem bem interessante. A história em si, pouco mudou: na trama conhecemos Douglas Quaid (Colin Farrell), um operário de uma fábrica que tem sérios problemas para dormir. Um dia, impulsionado pelas palavras de um conhecido, resolve ir até uma empresa que oferece implantes de memórias falsas de uma futura e improvável vida. Porém, durante o experimento algo dá errado e ele começa a ser perseguido e deduzir que não é quem imagina. Assim, vai desvendando que há motivações políticas e sociais no novelo da qual acaba sendo submetido.

O diretor Len Wiseman (da franquia inacabável Anjos da Noite) busca desviar o máximo que pode da versão original, fazendo um superprodução crua e acinzentada.  Juntando isso a uma estrutura dramática estoica, o filme – que conta com ótimas soluções de efeitos especiais – acaba saindo muito inferior ao original. Mesmo que esses parâmetros sejam efêmeros (cada filme, sua sentença!) uma adaptação acaba com o peso de se justificar e, nesse caso, a versão atual soa como um indisfarçável deja vu, algo infelizmente, muito como ao gênero.

O elenco é bom (não entendo a implicância da imprensa em geral com Farrell), e Kate Beckinsale está cada filme mais linda e boa atriz. Um indício forte da fragilidade da produção é escalar dois importantíssimos atores, Bryan Cranston (Breaking Bad) e Bill Nighy (O Jardineiro Fiel), para papéis ora com pouca importância, ora sem desenvolvimento a contento. Mas o grande pecado mesmo é o de Len, que não propõe um novo caminho a “marca” (algo que, desculpem, Paul, em seu carnaval pop e antiquado fez de maneira forte e preponderante para a relevância do filme original), mirando numa estética a la Mad Max, porém, sem sustentação. Na meia hora final, o filme até fica eletrizante, mas aí o descrédito já tomou conta do espectador.

[xrr rating=2/5]
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