Já estabelecido como gênero, os filmes baseados em HQs geralmente se dividem entre a pretensão (não necessariamente um defeito, como bem nos ensinou o diretor Christopher Nolan) e a mediocridade (da inexplicável Mulher-Gato aos inadmissíveis últimos filmes do Homem Aranha). Há uma linha interessante que corre por fora e vem se mostrando uma aposta acertada, que são os filmes, geralmente da Marvel, que captam a despretensão de sua matéria-prima, resultando em produtos bem mais empolgantes. Kick Ass e Watchmen são exemplos claros disso. Porém, Guardiões da Galáxia adiciona a essa perspectiva uma hilária habilidade de rir de si mesmo, e essa “auto risada” ainda vem acompanhada de deliciosas referências pop, outro ganho muito específico desta superprodução, uma vez que a percepção é mais ampla que simplesmente conhecer os maneirismos do universo Marvel.
A trama acompanha o aventureiro espacial Peter Quill (Chris Pratt, excelente redescoberta), que passa a ser perseguido por estar de posse de um artefato que pode destruir a galáxia. Suas desventuras são acompanhadas por uma trupe improvável: um guaxinim (voz de Bradley Cooper), uma árvore afetiva (voz de Vin Diesel), um fortão com sede de vingança (Dave Bautista) e uma mutante verde (a cada dia mais cool Zoe Saldanha).
O fiapo de história é compensado pelo carisma substancial dos personagens, que são despudoradamente cômicos (destaque para a piada com o pintor Pollock), mas nada banais na narrativa. Os diálogos são ótimos e a direção do (desacreditado até então) James Gunn não deixa o ritmo cair em nenhum momento. Aliás, Gunn se revelou um diretor até bem interessante, como podemos atestar tanto na primeira, quanto na última cena do filme. Isso sem contar a trilha sonora, um personagem importantíssimo no filme. Guardiões da Galáxia é o reflexo de seus anti-heróis: é um bom filme porque sabe muito bem tirar humor de sua própria laia. Um dos filmes mais divertidos do ano!












hummmm, acho que vou assistir esse filme. Adoro filmes engraçados de super-heróis….