O ator Denzel Washington é considerado um dos grandes atores de Hollywood, por suas performances impecáveis que lhe renderam varias indicações ao Oscar de melhor ator. Com o drama “O Voo” – no original Flight, ele recebeu sua 7ª indicação este ano.
Ele, que já ganhou 2 vezes (por Tempo de glória (1990) e Dia de treinamento (2002) seria grande favorito, caso não houvesse a presença de Daniel Day-Lewis entre os finalistas, junto com o peso do personagem-íconico que ele representa (Lincoln). Ainda assim Denzel é forte candidato como o piloto comercial Whip Whitaker, que envolvido com drogas e bebidas, tem sua vida virada de cabeça pra baixo (com trocadilho) depois de um acidente onde fica a dúvida sobre a capacidade do ser humano em fugir de suas responsabilidades.
Um filme denso, provocador e com algumas cenas fortes que certamente restrgiram classificação etária nos EUA. Denzel praticamente brilha sozinho no filme, apesar das presenças ilustres de John Goodman (sempre hilário, como um traficante) e Don Cheadle como o advogado contratado pela empresa de aviação aonde Whip trabalhava. A trama se desenrola no cotidiano do viciado que não se assume como tal, mesmo que as suas atitudes, a sua família e o seu trabalho sejam diretamente atingidos por esse hábito nocivo.
Irônico pensar que um filme com temática restritiva é dirigido por um diretor com vários blockbusters na sua filmografia, Robert Zemeckis (a trilogia ‘De volta para o futuro’, ‘Uma cilada para Roger Rabbit’ , ‘Forrest Gump’, ‘Náufrago’, entre outros). Zemeckis deixa as tramas feitas para família assistir unida, e aponta um caminho mais adulto pra sua obra. Com ‘O Vôo”, ele mexe num tema contundente, a dependência de drogas, e os danos que elas causam na vida de um piloto comercial. A forma espinhosa que é contada essa decadência física e moral, é o que se sobressai, junto com Denzel, quando lembramos que Robert Zemeckis esteve ligado ao bom-moço Steven Spielberg.
Esta profundidade deve fazer bem a ele (Zemeckis) para que seus filmes suscitem debates, reflexões e posicionamentos. Mostra que o cinema não é só diversão pura, quando se esquece o mundo lá fora. Alguma vezes, levar este mundo pra dentro da tela do cinema possibilita a criação de momentos inesquecíveis. Esta é a proposta desta parceria entre Denzel Washigton e Robert Zemeckis.
[xrr rating=2.5/5]
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