Claudio Gil ganha exposição no Centro Cultural Correios do Rio

A exposição de desenhos e pinturas Bruta_la grafia chega ao Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, depois de passar por La Paz e Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Milão, na Itália. Serão apresentados cerca de 300 trabalhos, em diversos formatos e suportes, feitos nos últimos anos, inspirados pela geografia de La Paz, vista de cima, quando Claudio Gil estava no avião, voltando da sua primeira visita à cidade após participar da Bienal de Cartazes da Bolívia, em 2015.

Claudio Gil ganha exposição no Centro Cultural Correios do Rio – Ambrosia

“Bruta surge no meu imaginário inspirada na geografia da cidade de La Paz. Do avião eu via uma paisagem natural, composta por montanhas de pedras com cores indescritíveis e uma floresta pujante. Tudo isso se fundia de uma maneira bruta (raw material) com a geometria imposta pelo homem, observadas nas rotas urbanas. Decidi, então, enfrentar o desafio de fundir letras barrocas e geométricas. E o resultado foi além da fusão entre alfabetos, ganhou uma identidade própria”, comenta Claudio Gil.

Bruta_la grafia é um recorte das exposições realizadas na Bienal da Bolívia Cartel BICeBé, em La Paz (2017), na Galeria Manzana 1, em Santa Cruz de La Sierra (2018), e na Acqua su Marte, em Milão (2019).

Claudio Gil ganha exposição no Centro Cultural Correios do Rio – Ambrosia

Na exposição carioca, o projeto expográfico instiga o visitante a olhar o todo à distância, tal qual se vê de um avião, e, depois, se aproximar das peças e observar as texturas e elementos de cada uma. Os suportes variam entre dois tipos de papel reciclado com sementes (cravo e margarida), papéis industriais para desenho e tecido. A maioria das peças foi pintada com tinta acrílica e pincel chato. Em algumas delas, foram utilizadas penas de metal da Dreaming Dogs Ruling Pens, produzidas em Santa Maria (RS), e nanquim. As telas em tecido foram produzidas artesanalmente em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, pelos técnicos da Galería Manzana Uno, e pintadas com esmalte sintético a base de água. Os tamanhos das peças em papel variam desde uma folha A4 (21 x 29.7cm) até o formato de 70 x 100cm (papel semente). Os tecidos vão de 2m x 2,6m até 3,40m x 2,65m.

Na abertura da exposição, Claudio Gil pintará, na frente do público, uma tela de aproximadamente 2mx3m. “É sempre uma surpresa aos olhos de quem vê e às vezes é para mim também”, diz o artista. Serão realizadas também visitas guiadas durante o período da exposição (datas a confirmar).

Claudio Gil é designer e calígrafo e, a partir de seus estudos, transforma letras e palavras em texturas, linhas, massas de luzes e sombras, que desvendam possibilidades artísticas do alfabeto ocidental. O público terá uma visão diferente da escrita latina a partir das imagens criadas pelo artista em diversas escalas e com instrumentos variados.

Claudio Gil ganha exposição no Centro Cultural Correios do Rio – Ambrosia

Serviço

BRUTA _LA GRAFIA
Desenhos e pinturas de Claudio Gil
Centro Cultural Correios
Abertura: 11 de setembro de 2019, quarta-feira, às 19h
Visitação: de 12 de setembro a 27 de outubro (terça a domingo), 12h às 19h
R. Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – tel. 2253-1580
Entrada Franca

Cláudio Gil – sobre o artista

Cláudio Gil é artista, calígrafo, professor e designer. Mestre em Design pela ESDI-RJ, leciona arte, design e caligrafia. Calígrafo autodidata, iniciou suas primeiras investigações e ensaios em 2003 e, desde então, promoveu mais de 300 workshops nos últimos 15 anos, no Brasil, América Latina e Europa.

Participou de diversas mostras de design, caligrafia e artes, como as quatro edições da Mostra Internacional de Caligrafia nas cidades russas de São Petersburgo, Velik Novgorod e Moscou, onde diversas de suas obras integram o acervo do Museu Contemporâneo de Caligrafia. Entre as exposições individuais, se destacam “Kaligrápho & non Kalligrápho (Calígrafo e não calígrafo)”, no CCJF (RJ), no Centro Cultural Correios (Recife), e no Centro Cultural Brasil en Bolívia, na Embaixada do Brasil em La Paz, em 2017. Em 2014, participou do projeto de ambientação do prédio do Istituto Europeo di Design – IED, Rio de Janeiro. Participou das duas últimas edições da Bienal de Cartazes da Bolívia (2015 e 2017), em La Paz, como palestrante, professor e artista expositor.

Possui trabalhos publicados em diversos países, como os livros “1000 Artist Journal Pages”, de Dawn Sokol (EUA, 2008); “Sketchbooks – As páginas desconhecidas do processo criativo”, de Roger Basseto, Editora POP (Brasil, 2010); “Caligrafia para todos”, de Leonid Pronenko (Russia, 2011); “Revista Gráfica, Arte Internacional”, de Oswaldo Miran (Brasil, 2012); “Hand to Type”, de Jan Middendorp (Alemanha, 2012); “The Briem Report”, de Gunnlaugur SE Briem (EUA, 2013); “Typism Book One”, de Dominique Falla (Australia 2013), “Revista Tupigrafia”, de Cláudio Rocha e Tony de Marco (Brasil, 2008 e 2010).

“Acredito que uma base sólida, histórica, teórica e prática me permite explorar e extrapolar os limites daquilo que pratico para manter a técnica da caligrafia viva. Em cada desenho eu consigo observar sempre uma nova vertente, algo sempre com um frescor que acredito ter se tornado uma marca no meu trabalho. O desenho é a partir dos traços da caligrafia, mas consegue ir além deles”, comenta Gil.

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