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Gracioso, “A Incrível História de Adaline” é um bom passatempo

Em tempos de cinema tão normativamente pasteurizado, chega a ser um alívio quando um filme se impõe de verdade por ser simplesmente o que é. A Incrível História de Adaline é uma grata surpresa nessa complicada temporada de verão norte-americano. E digo mais: esse longa é tudo o que (o excessivamente classicista e solene) O Curioso Caso de Benjamin Button gostaria de ter sido, mas que o viés pretensamente soturno de David Fincher (nessa específica vez) não permitiu.

Adaline Bowman (Blake Lively, um encanto) nasceu na virada do século XX. Após um grave acidente de carro, ela não consegue mais envelhecer, se tornando um ser com a aparência de 29 anos eternamente. Ela vive uma existência solitária, nunca se permitindo criar laços com ninguém, para não ter seu segredo revelado. Mas ela conhece o jovem filantropo, Ellis Jones (Michiel Huisman), um homem por quem pode valer a pena arriscar sua imortalidade.

A história é inverossímil desde seu ponto de partida, mas o roteiro é esperto demais para banalizar o romance que tem em mãos. As justificativas são fantasiosamente plausíveis, e assim, a narrativa acompanha mais uma história de amor do que a curiosidade pitoresca sobre Adaline (bem engendrada com a entrada do personagem de um Harrison Ford, longe da apatia habitual).

O diretor, Lee Toland Krieger, aposta no tom fabular de sua história, e chafurda no romantismo sem culpas ou maiores pretensões. O resultado é que o filme nos convence pela naturalidade com que condensa seus ingredientes batidos. Adaline vira nossa heroína e nós pegamos torcendo para que sua “condição” não atrapalhe sua historinha de amor. Tudo muito previsível, mas tão envolvente que lembramos aquelas matinês das décadas de 60 e 70, onde os filmes eram tão verdadeiramente ingênuos que viravam propriedades de si mesmos.

A Incrível História de Adaline é uma delícia de assistir. E de esquecer logo depois, como são a maioria das fábulas românticas de ontem e hoje…

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