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Bryan Adams é só alegria em seu novo álbum

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Definitivamente, o ano de 2022 será lembrado (no universo do pop/rock) como um ano fértil. Os álbuns lançados por Eddie Vedder e Tears for Fears estão entre os melhores das últimas décadas e, agora, temos o novo de Bryan Adams.

So Happy it Hurts” — “Tão Feliz que Chega a Doer”, em tradução livre — pode estar um degrau abaixo dos trabalhos de Vedder e Tears for Fears, mas é uma ótima coleção de canções com a assinatura de Adams.

Disco verdadeiramente solo

O novo álbum tem as mesmas qualidades da maioria dos trabalhos do cantor canadense: canções pop com aqueles “Woah” fáceis de cantar em qualquer show, com plateias que falam qualquer idioma e aquela mistura de rock (dos anos 80) com rockabilly.

A maior diferença para o álbum anterior — “Shine a Light”, de 2019, com o qual passou por aqui em turnê — é que dessa vez, por conta das restrições da pandemia, Adams produziu, tocou e cantou tudo o que se ouve no disco.

Nada de Jeniffer Lopes, Ed Sheeran ou “convidados especiais”. Tudo é Bryan Adams (até mesmo as baterias) e ele manda bem!

Feliz demais?

O grande trunfo de “So Happy it Hurts” é a sua maior fraqueza: o “excesso de felicidade”. Mesmo o “otimismo alegre” do trabalho de Eddie Vedder não chega perto do que se encontra no álbum de Adams.

Bryan Adams já é considerado uma espécie de Peter Pan da música, sempre trazendo temas leves em seus discos, mas dessa vez (para alguns) pode ter exagerado um pouco.

I’m so glad, it’s outrageous
You know, I think it’s contagious

Claro que não poderíamos esperar que ele falasse da guerra na Ucrânia (o disco foi gravado antes dela), mas o coronavírus já existia e Adams parece ignorar o fato e apenas querer injetar felicidade em seus fãs.

Musicalmente, há a faixa-título com os tais “woah-woah” que devem fazer muito sucesso nos shows e até os riffs de guitarra em uma canção (Kick Ass) que tem introdução de 1min30s narrada pelo “Monty Python” John Cleese, mas nada muito diferente do que ele já fez anteriormente.

Outro destaque é “Never Gonna Rain”, outra canção onde nada impede que ele seja feliz. Pop de primeira linha.

I’m gonna smile like I’ve never had a heartache
Laugh like I never had a care

Minha preferida (até agora) é I’ve Been Looking For You, com seu jeitão rockabilly e certeiros 2min de duração, mas não dá mesmo para deixar de pensar que a canção “So Happy it Hurts” deva ser a mais cantada pelo público dos concertos de Adams.

Se divertindo para manter a sanidade

Segundo Adams, entrar no estúdio (caseiro) e gravar “So Happy it Hurts” foi uma maneira de manter a sanidade mental, já que, de uma hora pra outra, tudo parou (shows, contato social, etc).

Dá para sentir que Adams se divertiu ao fazer o álbum e que era importante para ele manter a sua “natureza feliz”.

No fim das contas, “So Happy it Hurts” não vai fazer com que aqueles que não gostam do seu som mudem de ideia, mas vai agradar em cheio os que curtem o pop bem feito e a voz rouca de Adams.

Pode se dizer o que quiser sobre Bryan Adams, menos que ele não seja coerente.

Como dissemos no início da crítica, “So Happy it Hurts” não chega ao nível de “Earthling” (Eddie Vedder) ou “The Tipping Point” (Tears for Fears), mas chega perto e, provavelmente, vai estar na lista dos melhores álbuns do ano.

Nota: Muito Bom – 3.5 de 5 estrelas

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