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Livro de poemas "O Eclipse da Melancolia" (a)posta no soneto uma resposta à criação imaginada

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Se a guerra fosse um espaço de movimentar as peças, não de um quebra-cabeça, embora esta ideia não do jogo, mas da separação da cabeça ao corpo seria uma ruptura da razão, pois, a cabeça vasculariza tanto as emoções como a razão pelos braços, pernas, meios ou formas de ação/locomoção.
Espaçar sentidos ou imagens pelas fronteiras do poema, deslindar a razão sucumbindo-a a mais desregrada emoção, fazendo-a criatura tanto da morada do corpo quanto do ato da criação, com/sem iluminação, sem uma organização superior, apenas um jogo de dados numa errância poética, desregrando os sentidos, falando da finitude como uma ode à beleza do fenecer.
Não seria este espaço, cambiante, também um bom lugar para a experiência de uma matiz simbolista como o baralho do tarot que Calvino utilizou como potencialidade narrativa, a criação partindo de uma iconografia arquetípica e simbólica?
Aos sonetos, formas de posições fixas de rimas com seus números (di)versos, mas que  dentro do escopo do poema, cintilâncias, passeiam pelos parágrafos dos versos colocando em cada criatura, cada criação, um móbile de áspero tom dialógico com alguns tipos de personas ou caracterizações estéticas ou ontológicas.
Márcio Aquiles em seu livro O Eclipse da Melancolia, (editora Patuá) desconstrói os discursos humanos em suas ciências, em “breves” academias, utilizando o formato do soneto para territorializar este espaço de guerra, onde a lógica cede para o mistério, uma fabulação dos tropos que explicam até a existência humana com sua filosofia, com a biologia corporal, e também a arte, forma cambiante, de explorar a mente humana.
Quebrar este constructo da razão através do conhecimento, pelas cartas dos versos, embaralhadas pelos devires das rimas. A certeza da vida infinita esbarra no xadrez da morte, última peça, ou jogo num sentido lúdico, até becketiano, em que a arte embaralha as posições dos núcleos pensantes, cabe dizer que o poeta categoriza dentro de suas criaturas, um fabulário dicionarizado de matizes humanas, muito bem expostas ao jogo de dados.

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