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“Q: Into The Storm” – documentário joga luz sobre o movimento QAnon

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O movimento QAnon se tornou bastante popular nos últimos anos com muitas pessoas perdendo contato com a realidade, os famosos negacionistas, que bem ou mal ajudaram a eleger políticos demagogos como Donald Trump e Jair Bolsonaro.

Se aprofundando em suas origens, e até mesmo buscando respostas, a HBO apresenta a série documental “Q: Into The Storm”, que rodada ao longo de diversos anos vai atrás das origens do movimento na plataforma digital 4chan, sua cria 8chan e também o subsequente movimento de apoio dos ‘patriotas’ e ‘conservadores’ que abraçam todo tipo de teoria da conspiração para tentar resgatar uma realidade lúdica, na maior parte das vezes exorcizando mágoas e fracassos acumulados em vida.

A série de seis episódios, dirigida por Cullen Hoback, se inicia de forma bastante interessante ao apresentar ‘Q’ e os fatos que levaram a muita gente acreditar numa revolução em andamento, ainda que moderada pelo já famoso CodeMonkey, ou Ron Watkins, e seu pai Jim Watkins – uma figura bastante obscura que se torna proprietário do fórum 8chan e passa a controlar a narrativa QAnon. Os episódios seguem ainda influenciadores conhecidos da extrema-direira-americana, explicando de maneira indireta os fatos que levaram o movimento de um simples fórum anônimo para o triste episódio da invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021, quando um multidão acreditou que poderia reverter a derrota de Donald Trump nas eleições presidenciais.

Por mais interessante que seja acompanhar a história de Q e do movimento QAnon, o documentário peca por se tornar muito extenso, perdendo muito tempo – ou mesmo enrolando o público – com as picuinhas do criador do 4chan com a dupla que comandou o 8chan em seu curto período de existência. Prometendo investigar a verdadeira identidade de Q, a impressão que passa é que o diretor Cullen Hoback quer mais é produzir conteúdo que não ofenda nenhuma das partes envolvidas, deixando de lado a objetividade como é tão costumeiro entre o público que adota as teorias de conspiração.

No fim a série não consegue responder as principais questões que aborda, talvez para não desagradar o público Anon, ainda assim é bastante interessante adentar na toca do coelho e entender melhor de onde surge tanta raiva e antagonismo com a realidade. Como Cazuza ressaltou ‘o tempo não pará’ e a impressão que fica ao final é que os conservadores de direita, tanto nos Estados Unidos quanto no resto do mundo, não passam de simples pessoas que não conseguem acompanhar a roda do tempo e perderam conexão com o momento presente. Uma luz também para explicar melhor a idolatria da família Bolsonaro e de tantos brasileiros com o período de ditadura no Brasil e uma visão saudosa de um país inventado.

Nota: Regular – 2.5 de 5 estrelas

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