Com a justificativa de “respeitar valores cristãos”, o prefeito José Thomé, do município de Rio do Sul, Santa Cantarina, vetou uma mostra de cinema LGBTQIA+ organizada pelo Transforma, Festival de Cinema da Diversidade de Santa Catarina. Além disso, as atividades também foram suspensas temporariamente na cidade, sob a alegação de preservar a segurança.
Apesar de surpreendente, o caso não é isolado. A censura contra formas de representatividade LGBTQIA+ se expressa em diferentes veículos, entre eles livros, filmes e até mesmo animações. Essa proibição limita o combate à homofobia já que, através da invisibilização, pautas importantes para essa parcela da população não recebem a devida atenção.
Como combate à essa prática, artistas têm se manifestado no caminho oposto, incentivando cada vez mais a diversidade. Foi o caso do youtuber Felipe Neto que, em 2019, lutou contra a censura homofóbica realizada na Bienal ao distribuir mais de 10.000 livros de forma gratuita.
A fiscalização desse tipo de conteúdo não foi a primeira, e com certeza não será a última – por isso, escritores trazem o tema com diferentes abordagens, para garantir comunicação com um público amplo. É o caso de livros como Vermelho, Branco e Sangue Azul, de Casey Mcquiston, e a trilogia Irresistíveis Ilusões, de Ivan Jr.
Sobre a importância dessa inclusão, o escritor Ivan Jr. se pronuncia: “Se você observar, há um apagamento da afetividade que se desvie do encontro de um homem com uma mulher. Hoje há uma abertura, mas ainda assim, seguimos sendo atacados. Precisamos contar histórias reais, romper com esses preconceitos que ditam que dois homens ou duas mulheres, e outros modos de se viver no mundo, não podem ser considerados amor. Se é amor, por que tem que incomodar?”
Com abordagens sutis que tratam a homofobia em diferentes cenários, os autores trazem uma nova perspectiva, espalhando sua mensagem de forma leve. Dessa forma, combatem estigmas e preconceitos através de narrativas identificáveis e complexas.